Comportamento hidrológico de pequenas bacias hidrográficas com três espécies de Eucalyptus no bioma Pampa
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Data
2019-02-27Primeiro membro da banca
Copetti, André Carlos Cruz
Segundo membro da banca
Kaiser, Douglas Rodrigo
Terceiro membro da banca
Baumhardt , Edner
Quarto membro da banca
Silva, Vanderlei Rodrigues da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A introdução de plantações de eucalipto em áreas antes utilizadas para a agricultura e pecuária no bioma Pampa, tem gerado frequentes questionamentos, devido aos possíveis impactos ambientais negativos, principalmente relacionados com o consumo de água por essa cultura. Entretanto, estes questionamentos são, na maioria das vezes, carentes de fundamentação científica. Este estudo buscou compreender a influência da cobertura vegetal do solo sobre o comportamento hidrológico de pequenas bacias hidrográficas pareadas (BHs). Foram monitoradas três BHs, sendo duas com plantações de eucalipto, uma com Eucaliptus saligna (plantas entre 7,5 a 11,5 anos de idade; BEs) e outra com E. benthamii, (plantas entre 0,5 a 4,5 anos de idade; BEb) e uma terceira BH sob campo natural antropizado degradado (BC) usada para produção de pecuária. Os componentes do ciclo hidrológico de três BHs foram monitorados durante quatro anos no município de São Gabriel, RS, de outubro de 2014 a setembro de 2018. As variáveis monitorados foram, precipitação total (Pt), vazão (Q), variação do armazenamento de água no perfil do solo, precipitação interna, escoamento pelo tronco, interceptação pela serapilheira, altura total e diâmetro a 1,3 metros de altura das árvores.Também foram estimados a evaporação do solo e transpiração vegetal (ETa), evaporação da água interceptada pela vegetação (INT), índice de área foliar, déficit hidrico, excedente hídrico, retirada e reposição de água no perfil do solo disponível às plantas. Também foi analisada as diferenças na partição da precipitação em três espécies de Eucalyptus jovens (E. saligna, E. benthamii e E. dunni; 2 aos 4,5 anos). Além disso, foi analisado o manejo de corte de 100% e 30% nas bacias de eucalipto. Uma seção de monitoramento fluviométrico foi instalada no exutório de cada BHs. Houve três anos com precipitações muito acima da média histórica na região durante o estudo. Foi observado uma menor Q anual na BEs em relação à BC de 44,9, 44,5, 55,7 e 58,2%, do ano hidrológico 1 ao 4, respectivamente e uma redução na Q na BEb em relação a BC de 16,4, 36,2, 66,5 e 78,4% do ano hidrológico 1 ao 4, respectivamente. A principal saída de água nas três BHs ocorreu pelo processo de ETa. Os maiores déficits hídricos, durante os quatro anos hidrológicos do estudo, ocorreram na BEs e BEb e os maiores excedentes hídricos foram estimados para a BC. A Q específica (L s-1 km-2), antes do corte de 100% da área com eucalipto na BEb, representava 5,4% da Pt, e após o corte passou a representar 23,7% da Pt. Em períodos com baixas precipitações a BEs disponibilizou mais água a jusante que a BC em 65% do tempo. O manejo em mosaico de idades, por meio do corte raso em 30% da área de eucalipto na BEs foi benéfico para a manutenção das vazões mínimas.
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