Correlação diagnóstica entre a citologia aspirativa por agulha fina e a histopatologia de tumores cutâneos e subcutâneos em cães
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Data
2020-03-06Primeiro coorientador
Silva, Cássia Bagolin da
Primeiro membro da banca
Kommers, Glaucia Denise
Segundo membro da banca
França, Raqueli Teresinha
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A pele e seus anexos cutâneos estão sujeitos a uma variedade de alterações tumorais não neoplásicas e
neoplásicas e o exame histopatológico é a técnica padrão ouro para classificar a lesão. No entanto, o mesmo
requer sedação ou anestesia geral do paciente para colheita de material, necessidade de fixação dos tecidos e, por
isso, exige-se maior tempo para liberação do diagnóstico. A citologia, por sua vez, compreende o estudo das
células com o objetivo de tentar avaliar a possível benignidade ou malignidade do espécime. A obtenção das
amostras citológicas é simples, rápida, apresenta baixo custo, e, na maioria dos casos, é indolor e não há
necessidade de submeter o paciente à sedação. Além disso, comparado à histopatologia, a liberação do laudo
citológico é mais rápida. Dentre as diferentes formas para a colheita há a citologia aspirativa por agulha fina
(CAAF) a qual é amplamente utilizada na medicina veterinária como uma importante ferramenta de triagem e
auxílio ao diagnóstico. O objetivo deste estudo retrospectivo e prospectivo foi estabelecer a concordância
diagnóstica entre a CAAF e a histopatologia para tumores cutâneos e subcutâneos em cães, a fim de determinar a
sua acurácia, bem como sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo
(VPN) para o diagnóstico de neoplasmas. Lâminas citológicas de lesões tegumentares em cães, obtidas por meio
da CAAF, entre janeiro de 2017 a maio de 2019, arquivadas no Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias
(LACVET) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e, para as quais havia o respectivo exame
histopatológico, realizado no Laboratório de Patologia Veterinária (LPV-UFSM), foram incluídas no desenho
experimental. As lâminas de CAAF foram revisadas em microscopia óptica por uma patologista clínica com três
anos de experiência e sem o conhecimento do laudo histopatológico. As amostras foram classificadas em não
neoplásicas (lesões císticas e inflamações) e neoplásicas, de acordo a origem celular em epitelial, mesenquimal,
de célula redonda ou tumor melanocítico e, quando possível, nas diferentes categorias específicas e em benignos
ou malignos. Oitenta e cinco lâminas de CAAF foram revisadas. Destas, 70 foram classificadas como
neoplásicas e 68 confirmadas no histopatológico. Já 15 lâminas de CAAF foram classificadas como não
neoplásicas e destas, 11 foram confirmadas pela histopatologia. Duas lâminas citológicas receberam diagnósticos
falso positivos e em quatro diagnósticos falso negativos. A acurácia da CAAF para o diagnóstico de tumores
cutâneos e subcutâneos foi de 93% (79/85). Para o diagnóstico das neoplasias, a sensibilidade foi de 94,44%
(68/72), especificidade de 84,62% (11/13), VPP de 97,14% (68/70) e VPN de 73,33% (11/15). Conclui-se que a
CAAF configura-se como uma excelente ferramenta auxiliar diagnóstica para tumores cutâneos e subcutâneos
em cães. A técnica apresenta possíveis desvantagens como a obtenção de amostras não diagnósticas ou de
resultados falso negativos ou falso positivos. No entanto, a CAAF apresenta elevada sensibilidade para o
diagnóstico de neoplasias. Portanto, a citologia aspirativa deve ser realizada, sempre que disponível, na rotina
veterinária, podendo ser um aliado bastante fidedigno para a conduta imediata na abordagem clínica do paciente.
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