Morfofisiologia e bioquímica de plantas de cedro e ipê-roxo expostas ao cobre em sistema hidropônico
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Data
2021-03-20Primeiro membro da banca
Aimi, Suelen Carpenedo
Segundo membro da banca
Maldaner, Joselia
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Cedrela fissilis Vell. (Cedro) e Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos (Ipê-roxo) são
espécies florestais nativas brasileiras que apresentam grande relevância florestal e ecológica.
Assim, para se conhecer a silvicultura destas espécies, é de grande importância o conhecimento
edáfico em que as mesmas se encontram, e também, as respostas das espécies às variações que
ocorrem em diferentes locais. Nesse sentido, nos últimos anos, os solos brasileiros têm sofrido
grandes perturbações, principalmente com contaminação por cobre (Cu), acarretando problemas
ao desenvolvimento e crescimento as plantas. Desta maneira, a pesquisa objetivou caracterizar
variáveis morfofisiológicas, bioquímicas e análise de tecidos em plantas de cedro e ipê-roxo
expostas ao Cu em sistema hidropônico, em casa de vegetação, além de verificar a tolerância
das espécies ao Cu. Após a emergência e crescimento inicial das mudas (cerca de 10 cm de
altura), as mesmas foram retiradas do substrato e transferidas para o sistema hidropônico. Após
uma semana de aclimatação, estas mudas foram submetidas a diferentes concentrações de Cu: 0
(solução nutritiva completa), 2, 4, 6 e 8 mg L-1, com quatro repetições por tratamento e 16
plantas por repetição. Após 21 dias de exposição aos tratamentos, realizaram-se as análises dos
atributos morfofisiológicos incremento em número de folhas, altura e comprimento de raízes,
biomassa seca, área foliar e variáveis fotossintéticas. Além disso, avaliou-se também as
variáveis bioquímicas conteúdo de pigmentos fotossintéticos, enzimas antioxidantes,
peroxidação lipídica, conteúdo de peróxido de hidrogênio e análise de Cu nos tecidos. Para as
mudas de cedro, observou-se que as concentrações de Cu afetaram de forma negativa o
incremento em parte aérea, em raízes, no número de folhas, taxa de assimilação líquida,
condutância estomática, na taxa transpiratória e eficiência de carboxilação da rubisco, em
comparação ao tratamento controle. De forma geral, o Cu promoveu aumento na atividade das
enzimas antioxidantes superóxido dismutase e guaiacol peroxidase. A peroxidação lipídica nas
raízes aumentou conforme os maiores índices Cu. Além disso, observou-se maior teor de Cu
somente nas raízes de mudas de C. fissilis com o aumento da concentração de Cu no meio de
crescimento. Para as variáveis incremento em parte aérea, massa seca da parte aérea, massa seca
de raízes e pigmentos fotossintéticos de H. heptaphyllus, não houve diferença independente das
concentrações de Cu testadas. Além disso, a taxa de assimilação líquida e taxa transpiratória
foram afetadas negativamente somente na maior concentração de Cu (8 mg L-1), e esse
promoveu aumento na atividade das enzimas antioxidantes, principalmente no sistema radicular.
Por outro lado, observou-se que a aplicação de Cu gerou maior conteúdo de H2O2 e peroxidação
lipídica nas raízes. Portanto, a presença de Cu na solução nutritiva alterou negativamente as
variáveis bioquímicas e fisiológicas das mudas de C. fissilis, sendo prejudiciais ao crescimento
das mesmas, e com isso, observou-se comportamento sensível da espécie. Por outro lado, H.
heptaphyllus em geral foi afetada pelo Cu apenas com 8 mg L-1, sendo acumulado
principalmente nas raízes, sem registrar diminuição na biomassa radicular e da parte aérea, o
que pode indicar tolerância da espécie a este metal. Devido a essas características, as plantas de
C. fissilis podem ser utilizadas como sinalizadoras de áreas contaminadas com Cu, enquanto as
mudas de H. heptaphyllus têm potencial para utilização na fitorremediação de solos
contaminados por Cu.
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