Os sentidos produzidos nas charges de Henfil no jornal O Pasquim sobre o AI-5
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Data
2021-06-02Primeiro membro da banca
Sousa, Lucília Maria Abrahão e
Segundo membro da banca
Medeiros, Caciane Souza de
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente pesquisa, filiada à Análise de Discurso de Linha Francesa Pêcheuxtiana, tem o objetivo de compreender como se consituem os sentidos e a memória discursiva nas charges de Henfil publicadas no jornal O Pasquim sob a vigência do Ato Institucional Número 5 (AI-5), que vigorou de 1968 a 1978. Para tanto, dentre as charges publicadas por Henfil no O Pasquim nesse período, selecionamos para análise recortes discursivos referentes a algumas das temáticas que foram contempladas pelo AI-5, como por exemplo, a restrição à liberdade de expressão e o chamado “milagre econômico”. A partir disso, tecemos algumas observações sobre a consituição do processo histórico-discursivo dessas materialidades de onde emergem sentidos, fornecidos pelo interdiscurso, olhando para elas, enquanto prática social, para compreendermos o funcionamento do discurso, a sua relação com os sujeitos e com a ideologia (ORLANDI, 2005). Procuramos verificar o funcionamento do discurso em uma combinação de elementos verbais e não-verbais, dando visibilidade aos aspectos ideológicos, e as condições de produção em que os dizeres do AI-5 estão inscritos. As charges de Henfil, utilizando-se do humor e da ironia, produzem efeitos de sentidos contestatórios, possibilitando entender a língua como espaço de resistência, equívocos e de subjetividade. Nosso trabalho é dividido em quatro capítulos: No primeiro capítulo, abordarmos o percurso da história da imprensa no Brasil até o surgimento d’O Pasquim; no capítulo dois, explanamos a história da ditadura militar brasileira, dando ênfase ao AI-5, momento em que surgiu o jornal O Pasquim, também trazemos a história da vida profissional de Henfil; no capítulo três traçamos um percurso teórico-metodológico pela AD e no capítulo quatro descrevemos e problematizamos teoricamente o nosso corpus para chegarmos ao procedimento analítico. A partir do estudo desenvolvido, foi possível compreender que, mais do que alcançar o objetivo geral do projeto de pesquisa, o trabalho dissertativo foi capaz de alavancar compreensões político-ideológicas importantíssimas no escopo do estudo de uma imprensa questionadora e posicionar o humor gráfico como um fator que potencializa trangressão de entendimento nos leitores e resistência simbólica. Fica sempre nítida como a charge revela seu potencial mobilizador e de resistência, vinculada à publicação e seu contexto histórico, impulsionada pelo humor como elemento consitutivo.
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