Violência e dominação: o estado, a mídia e a (re)produção dos “despossuídos”
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Data
2021-05-25Primeiro membro da banca
Venturini, Maria Cleci
Segundo membro da banca
Coutinho, Renata Patricia Corrêa
Terceiro membro da banca
Lisowski, Carolina Salbego
Quarto membro da banca
Medeiros, Caciane Souza de
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O presente trabalho de tese, ancorado na perspectiva da Análise de Discurso, propõe uma reflexão sobre a discursivização das práticas de violência, na e pela mídia, numa relação com o Estado e normas jurídicas. Entre as práticas de violência, o linchamento é entendido como uma das formas em que se reproduz o “fazer justiça”, e também como um possível lugar de confronto, atestando para a tentativa de naturalização da violência, sob a existência e organização dos tribunais de rua. Pelo interdiscurso, a escravidão ressoa, legitimando a violência simbólica como instrumento para a eficiência de um poder regulador e punitivo, por um lado pela falsa tutela do Estado e, por outro, pela população num pretexto de justiça, produzindo a incitação ao ódio contra determinados sujeitos e grupos sociais. Questionamo-nos sobre os modos como se organizam esses tribunais de rua, no e pelo discurso, na e pela mídia, perguntando pelos dispositivos que regulam essas organizações coletivas, e como essas fazem funcionar os modos de dominação e exclusão, ideologicamente inscritos na construção de um ideário de nação e de cidadania. Para tanto, selecionamos cinco recortes discursivos: três casos de linchamento que circularam na mídia e duas séries de comentários de sujeitos usuários/seguidores das páginas dos jornais Extra e G1, no Facebook, sobre esses casos, nos quais, a regularização e a repetição produzem movimentos de sentidos sobre o “fazer justiça”, do justiçar. A regulação e o controle, como justificativas para o linchamento, funcionam como parte do processo de dominação, no qual a cor da pele e a renda ainda são, como efeitos de uma naturalização, aquilo que define, legitima e sustenta a violência simbólica. É o funcionamento dos modos de dominação e exclusão que afetam e atravessam as práticas jurídicas no Brasil, (re)produzindo a emergente parcela de sujeitos “despossuídos”, estruturando a divisão social.
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