Bis(alquilaril, aril)piridina-2,6-dicarboxiamidas: estrutura molecular, supramolecular e polimorfismo

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Data
2020-03-02Primeiro membro da banca
Hörner, Manfredo
Segundo membro da banca
Fiss, Gabriela Fehn
Metadata
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Este trabalho apresenta o estudo das interações intermoleculares e o processo de associação molecular das bis(alquilaril, aril)piridina-2,6-dicarboxamidas, onde os substituíntes alquilaril são (1) 2,2-difeniletil, (2) feniletil e (3) benzil, e os substituíntes aril são (4) 4-fluorofenil, (5) 4-clorofenil e (6) 4-bromofenil, assim como o composto bis(2-2,difeniletil)isoftalamida (7). O cluster supramolecular, constituído por uma molécula central e as moléculas que compõem a primeira esfera de coordenação molecular, foi utilizado como demarcação de estudo. As piridina-2,6-dicarboxamidas 1-6 adotaram uma conformação curva, com os grupos NH voltados para a parte interna, enquanto que o composto (7) apresentou uma conformação linear. A bis(2,2-difeniletil)piridina-2,6-dicarboxamida (1) cristalizou na forma de três polimorfos conformacionais. Dados de difração de raios X mostraram que o composto 2 também é um hidrato. As sobreposições moleculares da parte central (CH–CH2–NH–C(O)–2–py–6–C(O)–NH–CH2–CH) entre os polimorfos do composto 1 indicaram maior semelhança molecular entre 1II e 1III. Cálculos da energia de estabilização molecular realizados para os polimorfos 1I-III indicaram que o polimorfo 1II tem uma conformação de quase 22 Kcal mol-1 menos estável que o polimorfo 1I, enquanto o polimorfo 1III é 6 Kcal mol-1 menos estável que o polimorfo 1I. Analisando dados de energia de estabilização supramolecular para os polimorfos, o composto 1II apresentou o maior valor total de energia de estabilização. Em relação aos polimorfos, foi observada uma eficiência do empacotamento cristalino de 0,864 para o composto 1I e 0,874 para o composto 1II. O composto 1III tem a menor eficiência de empacotamento (0,811). De acordo com os mecanismos de cristalização propostos para os compostos 1I-II e 3-6, há uma preferência pelo empilhamento através das amidas, que formam ligações de hidrogênio. Os compostos 1III e 7 formam blocos com crescimento preferencial em duas direções. O composto 2 forma dímeros no primeiro estágio de cristalização, apresentando a soma das contribuições de energia e área de contato normalizadas (NCG%) igual a 19 neste estágio. O composto 7 se destaca por apresentar NCG% = 78 no primeiro estágio. Para os compostos 1I-III e 3-6, o primeiro estágio de cristalização possui NCG% em torno de 50. Os substituíntes alquilaril e aril são relevantes ao final do processo de cristalização, onde o parâmetro geométrico geralmente domina. Os experimentos de RMN de ¹H em solução com variação de concentração realizados para os compostos 1 e 7 detectaram interações intermoleculares N-H∙∙∙O=C e C-H∙∙∙π, podendo ser correlacionadas com os respectivos mecanismos de cristalização. A partir da análise dos dados topológicos e energéticos, a formação dos hidratos 1I-III e 2 foi atribuída à presença dos grupos amida juntamente com o nitrogênio piridínico, interagindo com a molécula do solvente através de ligações de hidrogênio. A ocorrência dos polimorfos para o composto 1 foi atribuída à possibilidade de diferentes conformações para a molécula, possibilitanto a formação de diferentes interações intermoleculares. Para os compostos 1I-III e 2, foi observado que a água está localizada na cavidade formada pelas outras moléculas e, portanto, estas não devem ser avaliadas isoladamente.
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