Cádmio e silício na fisiologia e bioquímica de Enterolobium contortisiliquum (Vell.) morong em cultivo hidropônico
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Data
2021-08-11Primeiro membro da banca
Frescura, Viviane Dal Souto
Segundo membro da banca
Missio, Evandro Luiz
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Os metais pesados estão entre as principais fontes poluidoras gerando graves problemas ambientais. Dentre estes elementos, destacamos o cádmio (Cd), elemento altamente tóxico e de fácil absorção pelas plantas. Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong (timbaúva) é uma espécie arbórea de grande distribuição no Brasil e recomendada para o reflorestamento e recuperação de áreas degradas. Além da boa escolha da espécie vegetal, a utilização de elementos benéficos para auxiliar estas plantas a se desenvolverem nestes ambientes hostis é de fundamental importância. Nesse sentido, o silício (Si) auxilia o desenvolvimento das diversas espécies vegetais em situações de estresse. Este estudo foi realizado com mudas da espécie E. contorstisiliquum em sistema hidropônico e dividido em três capítulos. O objetivo foi determinar a sensibilidade ou tolerância ao Cd e o potencial do Si em amenizar a toxicidade do Cd em plantas de E. contorstisiliquum. Nos três capítulos foi avaliado o crescimento, a fotossíntese e as variáveis bioquímicas das mudas, sendo no Capítulo I com a presença de Cd, no Capítulo II com o Si e no Capítulo III com Cd e Si. Os experimentos foram realizados nos Laboratórios de Fisiologia Vegetal e Nutrição de Plantas e na casa de vegetação do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Santa Maria/RS. As mudas foram obtidas em substrato comercial e após atingirem 10 cm de atura foram transferidas para o sistema hidropônico, onde passaram por período de aclimatação apenas em solução nutritiva completa. Os ensaios foram compostos pelos seguintes tratamentos: o primeiro pelas concentrações de Cd (ClCd2) 0, 25, 50, 75 e 100μM, onde as plantas ficaram expostas durante 10 dias aos tratamentos; o segundo por concentrações de Si (Na2SiO4): 0; 1,5; 3,0; 4,5 e 6 mM, com período de exposição de 15 dias, e o terceiro composto de concentrações de Si e Cd: 1ª 0mM Si + 0μM Cd; 2ª 1,5mM Si + 0μM Cd; 3ª 3,0mM Si + 0μM de Cd; 4ª 1,5mM Si + 100μM Cd; 5ª 3,0mM Si + 100μM Cd; 6ª 0mM Si + 100μM Cd, com 15 dias de exposição. Todos estes tratamentos foram adicionados a solução nutritiva completa. Os experimentos foram em delineamento inteiramente casualizado, com 4 repetições em cada tratamento e ao final do período de exposição foram realizadas análises fisiológicas, morfológicas e bioquímicas. Os dados foram submetidos à análise de variância e a médias comparadas pelo teste de Tukey em 5% de probabilidade de erro. Os resultados apontaram que altas concentrações de Cd, assim como de Si, afetaram negativamente o desenvolvimento das plantas de timbaúva, entretanto apresentaram uma boa tolerância até 50μM de Cd e baixas concentrações de Si incrementaram o desenvolvimento das mudas. No uso simultâneo Si+Cd, o Si demonstrou ser capaz de mitigar alguns danos causados pelo Cd, favorecendo a atividade fotossintética, o incremento de clorofilas totais e diminuição na peroxidação lipídica da parte aérea das mudas de E. contortisiliquum. Portanto, a timbaúva apresenta uma tolerância ao Cd, demostrando potencial para ser utilizada em recuperação de áreas degradadas, e o Si, como auxiliou em variáveis importantes, demostrou seu papel benéfico.
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