Das minas de carvão para os clubes de futebol e sociedades recreativas: experiência de classe entre o operariado da indústria carbonífera do Rio Grande do Sul (1930-1950)
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Data
2021-07-28Primeiro membro da banca
Speranza, Clarice Gontarski
Segundo membro da banca
Fraga, Gerson Wase
Terceiro membro da banca
Konrad, Diorge Alceno
Quarto membro da banca
Santos, João Manuel Casquinha Malaia
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta tese está inserida na Linha de Pesquisa Cultura, Migrações e Trabalho do Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal de Santa Maria e trata da compreensão das experiências dos mineiros da região carbonífera do Baixo Jacuí por meio dos espaços de lazer e sociabilidade como impulsionadoras do processo de formação da classe. Ancorando-se principalmente na perspectiva teórica trazida por E. P. Thompson e nos estudos dos Mundos do Trabalho, do Lazer e da História Social do Futebol, investiga-se de que forma estes espaços se constituíram em locais nos quais é possível observar movimentos de dominação e resistência que incluem a defesa do direito ao lazer e aos sentidos próprios das práticas lúdicas e esportivas do operariado, mesmo em meio às contradições de classe. Tendo em vista a conjuntura que permeia o período da Segunda Guerra Mundial e do Estado Novo, bem como o controle do Consórcio Administrador de Empresas de Mineração (Cadem) sobre as minas de carvão da região, abordam-se as condições de vida e trabalho nas vilas operárias e como foram sendo constituídas as relações sociais, tanto no trabalho quanto nos espaços de lazer e sociabilidade. Após, busca-se compreender o discurso constituído em torno do ideário higienista e a maneira como estava relacionado à questão dos esportes. Assim, compreende-se parte das formas de dominação do Cadem inclusive por meio do fomento ao desenvolvimento de clubes de futebol na região, especialmente a partir do final da década de 1930. Posteriormente, discutem-se os aspectos relativos aos conflitos no interior da classe e à solidariedade descontinuada entre os mineiros. Por fim, são analisadas formas e espaços heterogêneos de resistência dos mineiros, apresentando o processo de construção de sentidos próprios da classe operária para as suas práticas lúdicas, de sociabilidade e esportivas, contrapondo ou mesmo ressignificando os padrões impostos pelo higienismo propagado pelo Cadem. Foram analisados documentos escritos e imagens levantados em acervos públicos e pessoais, imagens captadas em grupos de memória nas redes sociais e documentos orais produzidos por meio de entrevistas.
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