Entre ávaros e turcos: o estereótipo cita nômade na história de Menandro Protetor (século VI)

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Data
2021-08-25Primeiro membro da banca
Carvalho, Margarida Maria de
Segundo membro da banca
Vargas, Anderson Zalewski
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O platô mongol, no coração da Mongólia, serviu como palco para o surgimento de
diversos grupos étnicos e impérios nômades no decorrer da História. Todavia, no século VI,
uma nova entidade étnica e linguística, até então desconhecida, emergiu nesse espaço: o
Qaghanato Turco. Liderados por Bumin Qaghan, em 551, os turcos conseguiram derrubar
Yujiulü Anagui, qaghan do Qaghanato Rouran, e estabelecer seu próprio império nômade, que
durante seu ápice na segunda metade do século VI, estendia-se do Norte do Cáucaso, à Oeste,
até o Norte da Coréia, no Leste. A ascensão desta nova entidade nômade, no entanto, colocou
em movimento uma série de tribos nômades, como é o caso dos ávaros, que entre 557 e 558 se
estabeleceram na região do Cáucaso, onde entraram em contato com o Império Romano do
Oriente e, em 568, se estabeleceram na Panônia, formando o Qaghanato Ávaro. Por
conseguinte, foi Menandro Protetor, historiador romano do século VI, quem narrou em sua
fragmentária História o estabelecimento do Qaghanato Ávaro na Panônia e um dos primeiros
contatos diplomáticos entre Constantinopla e o qaghan turco da Eurásia. Esta pesquisa, por sua
vez, tem como objetivo analisar as representações de Menandro Protetor sobre ávaros e turcos.
Para isso, parte-se da ideia de que a literatura greco-romano, a partir das obras de Heródoto e
Hipócrates, construiu um estereótipo sobre grupos nômades que serviu como base para futuras
representações, em especial de autores da Antiguidade Tardia. Como aporte teórico, serão
operacionalizados conceitos como estereótipo, etnicidade fictiva e representação, a partir de
uma abordagem metodológica Pós-Colonial, em que se compreende que as fontes grecoromanas
estruturam discursos e narrativas que reforçam posições políticas e ideológicas, muitas
vezes apropriadas pela academia contemporânea a fim de reforçar ainda mais as relações de
centro versus periferia para territórios europeus e asiáticos modernos. A principal
documentação utilizada para o desenvolvimento desta dissertação é a História de Menandro
Protetor, uma obra de caráter fragmentário cujos excertos sobreviveram através do Suda e dos
Excertos Constantinianos, e foram compilados e traduzidos para o inglês por Roger Charles
Blockley (1985).
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