Avaliação da atividade tripanocida e da segurança terapêutica de um composto benzofuroxano derivado
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Data
2020-08-04Primeiro membro da banca
Staiki, Daniel Roulim
Segundo membro da banca
Simões, Róli Rodrigues
Terceiro membro da banca
Machado, Michel Mansur
Quarto membro da banca
Dornelles, Luciano
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A doença de Chagas, causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, pertencente a família Trypanosomatidae, afeta mais de 8 milhões de pessoas no mundo. Este parasito possui ciclo biológico heteroxeno e passa por diferentes formas evolutivas no interior dos seus hospedeiros. A doença de Chagas representa um grande problema de saúde pública no Brasil e na América Latina, sendo descrita como uma das doenças mais negligenciadas do mundo. Mesmo após mais de cem anos de seu descobrimento, esta enfermidade não possui um tratamento seguro e totalmente eficaz. Atualmente, apenas dois medicamentos estão disponíveis para o tratamento, o Benznidazol e o Nifurtimox, contudo, ambos apresentam diversos efeitos colaterais e são tóxicos. Dessa forma, a busca por novos fármacos é necessária, sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar um derivado benzofuroxano sintetizado, avaliando sua citotoxicidade e genotoxicidade in vitro, bem como, avaliar a sua atividade tripanocida in vitro e in vivo frente ao T. cruzi. Para isso, primeiramente foi realizada a síntese do composto, que foi denominado conforme IUPAC como “5-((5-(4-metoxifenil)-1,3,4-oxadiazol-2-il)carbamoil)benzo[c][1,2,5]oxadiazol-N-óxido” e como composto EA2 para este trabalho. O processo de síntese foi realizado no LabSelen Nanobio (UFSM), laboratório que atuou em parceria neste estudo. O composto foi caracterizado por RMN de 1H e de 13C, foi realizada a análise da citotoxicidade pelo método de exclusão por azul de tripam, o ensaio cometa alcalino foi realizado para avaliar a genotoxicidade e para avaliar a mutagenicidade foi realizado o teste de micronúcleo, para estes testes o composto foi diluído em três diferentes concentrações: 10 μM/mL, 50 μM/mL e 100 μM/mL. Nas concentrações testadas, o composto não apresentou atividade mutagênica, contudo, apenas a menor concentração não apresentou efeitos citotóxicos e genotóxicos. Para o teste in vitro frente a formas epimastigostas de T. cruzi, o composto foi diluído em três diferentes concentrações (0,25%, 0,50% e 1%) e avaliado 24, 48 e 72 horas após a incubação. O composto EA2 apresentou atividade tripanocida in vitro nas três concentrações testadas. Após este teste foi realizado o teste in vivo. O composto foi testado em três diferentes doses:, 2,5 mg/kg, 5 mg/kg e 10 mg/kg e os animais foram divididos em dez grupos (5 animais/grupo), sendo quatro grupos de animais não infectados (A, G, H, I) e seis grupos de animais infectados (B, C, D E, F, J). Os grupos B e J eram os controles negativo e positivo, respectivamente. Os grupos G, H e I foram utilizados a fim de comprovar que o composto não era tóxico para animais sadios. O composto EA2 não apresentou eficácia curativa, contudo, foi capaz de retardar o início da parasitemia nos animais tratados, bem como, reduzir significativamente a contagem de parasitos nos grupos D e E, além disso, o composto não induziu a alterações nos parâmetros hematológicos, hepáticos e renais em animais não infectados, demostrando, neste estudo, não ser tóxico, contudo mais testes são necessários a fim de comprovar a segurança do composto EA2 para a saúde, visto que, este foi o primeiro estudo com a molécula sintetizada.
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