Gaspar Silveira Martins e a Revolução Federalista (1893-1895): que federalismo era esse?
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Data
2020-08-21Primeiro membro da banca
Novales, Ana Frega
Segundo membro da banca
Ramos, Eloisa Helena Capovilla da Luz
Terceiro membro da banca
Fertig, Andre Atila
Quarto membro da banca
Dolhnikoff, Miriam
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente tese de Doutorado em História teve por objetivo investigar o federalismo defendido na Revolução Federalista de 1893 a 1895, a partir da análise da trajetória política de Gaspar Silveira Martins, suas redes de influência e assim averiguando as divergências internas do grupo dos federalistas, no contexto de redefinição política do Estado brasileiro. Nesse sentido, acreditamos que o federalismo consistiu em possibilidades de respostas dadas por Silveira Martins e os federalistas à reestruturação do Estado Nacional brasileiro com a recente proclamação da República, como: a derrubada de Floriano Peixoto do poder pela Revolução e expansão para outros Estados, criação de um Governo Provisório com objetivo de ser uma Junta Governativa representando a possibilidade do sul do Brasil tornar-se um Estado beligerante, como uma República Unida aos Estados Unidos do Brasil, com soberania de negociar com outros Estados Nacionais de seu interesse e poder de separação do Rio Grande do Sul e união ao Uruguai e Argentina. Nesse viés, a denominação “federalista” abrigou grupos políticos alinhado a diferentes lideranças que estavam unidas na Revolução Federalista e que divergiram em alguns pontos a respeito dos rumos da Revolução, identificando-se por meio das intrigas entre os demetristas e gasparistas. Nesse sentido, através de uma pesquisa em arquivos e fontes histórias de países como Brasil, Uruguai, Argentina, Portugal, França, entre outros, mapeamos os vínculos externos presentes na Revolução Federalista, através da trajetória de Gaspar Silveira Martins, por meio das suas experiências enquanto liberal, fronteiriço, desterrado do Brasil em direção à Europa (exílio), das notícias e informações que circularam na Europa e na região fronteiriça platina, demonstrando que a Revolução esteve em pauta nos assuntos internacionais em fins do século XIX, atraindo os interesses dos países europeus e Estados Unidos. Assim, a tese possui cinco capítulos: no primeiro, perpassamos as discussões historiográficas a respeito da Revolução Federalista, do federalismo e de Gaspar Silveira Martins, demonstrando a superficialidade com que o federalismo da Revolução foi pensado e discutido nas produções realizadas. Os vínculos europeus de Gaspar Silveira Martins durante o desterro político (exílio) foram desenvolvidos no segundo capítulo, passando em seguida para o retorno dele da Europa, inserção política e envolvimento na Revolução, desde a ótica da região fronteiriça platina, tema esse do terceiro capítulo. O quarto capítulo trouxe as reflexões em torno do federalismo de Silveira Martins e da Revolução, elencando também as divergências internas federalistas. Por fim, o quinto capítulo compôs-se da inserção dos federalistas no pós Revolução, estratégias e a atuação de Silveira Martins na política regional e nacional, bem como seu legado político e construção da memória federalista com base em seu “Testamento Político”. Nesse viés, cabe retomar que a presente tese de doutorado foi desenvolvida no Programa de Pós Graduação em História, na Linha de Pesquisa “Fronteira, Política e Sociedade”, na qual contou com a realização da Escala Discente de Posgrado pela Associação das Universidades do Grupo Montevideo (AUGM) e com apoio de bolsa de Doutorado Sanduíche no Exterior, Edital CAPES 019/2016 entre os meses de setembro e dezembro de 2017, na Universidade de Coimbra.
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