Efeito de um formulado desenvolvido com guaraná e semente de açaí em modelos experimentais pós-cirúrgicos: estudo da reparação in vitro e in vivo
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Data
2021-09-02Primeiro membro da banca
Pellenz, Neida Luiza Kaspary
Segundo membro da banca
Piccoli, Jacqueline da Costa Escobar
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Mostrar registro completoResumo
Introdução: O reparo dos tecidos é um processo complexo que exige ativação de mediadores e de mecanismos relacionados à cicatrização e à regeneração. A cicatrização envolve inflamação, proliferação de fibroblastos e remodelagem do colágeno. Estudos têm elucidado a modulação do reparo a nível molecular e bioquímico na tentativa de evitar cicatrizes patológicas. O reparo pode ser influenciado pelo estado nutricional do paciente e por isso ser estimulado por produtos originários de plantas, incluindo o guaraná e o açaí, que possuem efeito cicatrizante por modularem as fases inflamatória e proliferativa. É possível que a combinação destes, resulte em um potencial produto farmacológico inovador, com elevado poder cicatricial. Objetivo: Avaliar o efeito de um formulado, desenvolvido com semente de guaraná e de açaí, em modelo experimental de reparo pós-cirúrgico, in vitro e in vivo. Métodos: O estudo não necessita de aprovação em Comitê de ética. Inicialmente foi desenvolvido o extrato conjugado Guaraná- Açai (GA) com uso de água quente e ácido cítrico, o extrato foi obtido e a análise química foi feita através de espectrofotometria de massa. A capacidade antioxidante e genoprotetora do GA foi analisada respectivamente pelo teste DPPH e Gemo. Uma curva farmacológica concentração-resposta (1, 3, 5, 10 e 30 μg / mL) em fibroblastos (HFF-1) e queratinócitos (HaCAT) ambos obtidos comercialmente foi realizada e a concentração de escolha para os demais testes foi 5 μg / mL. Em fibroblastos então realizou-se o strach assay, o chamado ensaio de ferida in vitro, após 3,6,24 e 72 horas da indução da lesão e tratamento, foram analisados marcadores oxidativos, marcador apoptótico após 24 horas, colágeno total após 24, 48 e 72 horas e a análise da expressão de genes relacionados a proliferação, colágeno e inflamação após 24 horas. Um segundo protocolo in vivo foi realizado utilizando minhoca Eisenia fetida após 1,3,6,12 e 24 horas da incisão caudal cirúrgica entre o terceiro e quinto segmento posterior e adição do tratamento com GA ou tampão fosfato para os animais controle foi realizada a análise macroscópica e histológica utilizando a coloração Masson-Goldner.O gene SOX-4 foi mensurado via RT-PCR após 3 e 24 horas. Resultados: Dezesseis moléculas bioativas, incluindo algumas substâncias nunca descritas anteriormente nos extratos isolados foram identificadas. Todas as concentrações testadas no modelo celular exibiram efeitos não citotoxicos e antioxidantes além de genoprotetores. A concetração de escolha 5 μg / mL apresentou efeitos pró-regeneração em modelo in vitro. O extrato de GA acelerou os processos de cicatrização observados em células e por meio de análises macroscópicas e histológicas em minhocas. Conclusão: Apesar das limitações metodológicas, estes resultados indicaram que o extrato de GA tem potencial acelerador da cicatrização/ regeneração de feridas induzidas in vitro ou cirurgicamente in vivo. Mais estudos precisam ser realizados para que este resultados possam se transformar em um produto a ser disponibilizado a população, trazendo benefícios a sociedade como um todo.
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