Fatores associados à tomada de decisão clínica no manejo de dentes tratados endodonticamente: comparação entre especialistas e não-especialistas
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Data
2021-09-22Primeiro membro da banca
Móra, Patrícia Maria Poli Kopper
Segundo membro da banca
Ferreira, Nádia de Souza
Metadata
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O objetivo do presente estudo foi avaliar a influência de fatores relacionados ao profissional e ao dente (dados clínicos e radiográficos) e o impacto das características radiográficas, quando avaliadas isoladamente ou em conjunto, em relação à tomada de decisão clínica de especialistas e não-especialistas em Endodontia no manejo de dentes tratados endodonticamente. A amostra foi composta por 28 participantes, sendo 14 endodontistas e 14 cirurgiões-dentistas não-endodontistas. Os participantes avaliaram 30 casos clínicos contendo dentes tratados endodonticamente, em quatro tempos distintos, com intervalos de um mês, por meio de questionários eletrônicos: T1, avaliação de radiografias periapicais digitais editadas (periápice coberto), permitindo apenas a visualização do dente e a classificação da qualidade do tratamento endodôntico (TE); T2, avaliação de radiografias periapicais digitais editadas (dente coberto), permitindo apenas a visualização do periápice e a classificação de seu status; T3, análise das radiografias completas (sem edições); T4, análise das radiografias completas associadas aos dados clínicos do paciente. Em todos os tempos, os participantes avaliaram a qualidade da obturação endodôntica e/ou o status da região periapical e escolheram a melhor opção de tratamento para o dente em questão (não intervir/proservar, retratamento endodôntico, cirurgia parendodôntica, retratamento endodôntico + cirurgia parendodôntica ou exodontia). O nível de confiança no diagnóstico e na definição do tratamento e a necessidade de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) para a tomada de decisão clínica também foram avaliados. Um modelo de regressão logística multivariada, tendo como desfecho a escolha do tratamento em T4 (não intervir/intervir) foi empregado para avaliar o impacto das características pessoais dos participantes e dos dados clínicos e radiográficos do dente nos diferentes tempos de avaliação (T1 a T4) na decisão entre reintervir ou não no elemento dentário. Os dados relacionados ao nível de confiança dos participantes foram analisados por testes de Man-Whitney, Friedman e Wilcoxon. Quanto à solicitação de TCFC, os dados foram comparados por testes qui-quadrado, Q de Cochrane e McNemar (α=5%). Os resultados demonstram que a presença de sinais e sintomas foi o fator que mais influenciou a decisão de reintervir no elemento dentário (OR: 9.58; IC 95%: 6.24-14.70). Porém, a qualidade da obturação em T4 (OR: 5.34; IC 95%: 3.51-8.12) e o status periapical em T2 (OR: 1.66; IC 95%: 1.07-2.57) e T4 (OR: 4.27; IC 95%: 2.54-7.17) também influenciaram a tomada de decisão clínica. Em relação às características pessoais dos participantes, gênero (feminino) e nível de experiência (com especialização) estiveram estatisticamente relacionados à reintervenção. De um modo geral, profissionais especialistas se sentiram mais confiantes e solicitaram mais frequentemente a TCFC como exame complementar do que os não-especialistas (P < 0.05). Concluindo, gênero, nível de experiência, presença de sinais e sintomas clínicos, qualidade do TE (em T4) e status periapical (em T2 e T4) influenciaram o processo de tomada de decisão clínica. Além disso, o nível de confiança no diagnóstico e na definição do tratamento e a requisição de TCFC foram superiores para o grupo dos especialistas em comparação aos não-especialistas.
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