Riscos ergonômicos no serviço hospitalar de limpeza: estudo convergente-assistencial para a prevenção da dor musculoesquelética
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Data
2021-09-10Primeiro membro da banca
Trentini, Mercedes
Segundo membro da banca
Hammerschmidt, Karina Silveira de Almeida
Terceiro membro da banca
Andolhe, Rafaela
Quarto membro da banca
Lima, Suzinara Beatriz Soares de
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta pesquisa teve como objeto de estudo a análise da exposição aos riscos ergonômicos no Serviço
Hospitalar de Limpeza (SHL) e a ocorrência de dor musculoesquelética (DME). Objetivou construir e
validar coletivamente um Programa de Educação Continuada para a minimização da ocorrência de DME, a
partir da avaliação e da percepção acerca dos riscos ergonômicos, em trabalhadores do SHL de um hospital
de ensino do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma Pesquisa Convergente-Assistencial, com a produção de
dados delineada pela pesquisa de métodos mistos, realizada de setembro de 2018 a julho de 2019. Foi
realizada a estratégia metodológica do projeto convergente paralelo por meio de observação, registros
fotográficos, questionários e grupos de convergência. A observação sistemática foi realizada utilizando-se
roteiro estruturado, diário de campo e registros fotográficos das posturas corporais, totalizando 212 horas.
A população elegível foi composta por 152 trabalhadores. Destes, 149 (98%) responderam ao questionário
contendo variáveis sociodemográficas, laborais e de saúde; Nordic Musculoskeletal Questionnaire e o
Diagrama de Corllet e Manenica. Foram realizados seis grupos de convergência com a participação, em
média, de oito gestores e 12 trabalhadores. As notas de observação, do questionário e do grupo foram
analisadas segundo o processo sequencial da Pesquisa Convergente Assistencial: apreensão, síntese,
teorização e transferência. Os dados qualitativos foram submetidos à análise temática de Minayo. Já os
quantitativos foram analisados pela estatística descritiva e inferencial. Atenderam-se aos preceitos éticos da
Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, parecer
número 2.821.335. Predominaram trabalhadores do sexo feminino (89,9%), com idade média de 44,7 anos
(±8,05), ensino médio completo (36,2%), atuantes no diurno (76,5%), há menos de um ano (59,7%), com
carga horária de seis horas diárias (45%), diagnóstico médico de distúrbios musculoesqueléticos (31,2%),
em uso de anti-inflamatórios (48,3%), sedentários (64,4%) e obesos (36,2%). A prevalência de DME, nos
sete dias anteriores à entrevista, por região anatômica foi: coluna lombar (42,3%), tornozelos ou pés
(28,2%), punhos ou mãos (27,5%), parte superior das costas (25,5%) e ombros (23,5%). Evidenciaram-se
como fatores associados: automedicação e dor na parte inferior das costas (p=0,020) e nos ombros
(p=0,026); sedentarismo, oito horas de sono diárias e dor nos tornozelos ou pés (p=0,041 e p=0,039); extabagismo,
uso de medicamento e dor nos punhos ou mãos (p=0,015 e p=0,004). Os participantes
ampliaram o conceito de risco ergonômico, o qual compreendeu a desvalorização social da profissão e os
aspectos psicossociais do trabalho. A mixagem dos dados evidenciou a exposição dos trabalhadores ao
risco ergonômico na utilização de equipamentos não adaptados às necessidades psicofisiológicas e de
sapatos não funcionais; nos movimentos repetitivos, na sobrecarga física de segmentos corporais e nas
posturas anatômicas desfavoráveis, que podem estar relacionadas à DME. Foram realizadas intervenções
interdisciplinares, educativas e terapêuticas, no projeto de extensão “Práticas educativas de promoção à
saúde de trabalhadores do SHL”. Estas incluíram a educação ergonômica, auriculoterapia e ginástica
laboral. O principal ponto de convergência foi as ações grupais de ensino-aprendizagem, que culminaram
na proposição coletiva do “Programa de Educação continuada: um olhar sobre a saúde e a ergonomia no
trabalho de limpeza hospitalar”, validado com índice de concordância de 0,95. A partir dos resultados,
foram realizadas recomendações de melhorias direcionadas aos trabalhadores e à gestão do SHL no que
tange à minimização dos riscos ergonômicos e da DME.
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