Uso de escores de gravidade como preditores de morbidades no período neonatal
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Data
2021-09-10Primeiro membro da banca
Henn, Roseli
Segundo membro da banca
Haeffner, Leris Salete Bonfanti
Metadata
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Com aos avanços nos cuidados intensivos neonatais tem sido possível reduzir a mortalidade de
crianças nascidas prematuras, em especial, nas de extremo baixo peso. Entretanto, nas últimas,
a maior sobrevida tem sido acompanhada por importantes morbidades. Os escores de gravidade
neonatal visam classificar a condição clínica do recém-nascido, no momento da internação na
Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal, e são relevantes ferramentas de predição de
sobrevida. Contudo, a possível relação dessas ferramentas com o desenvolvimento de algumas
morbidades tem sido sugerida, mas ainda pouco explorada. Esse estudo teve por objetivo avaliar
a capacidade dos escores SNAP II, SNAP-PE II, CRIB e CRIB-II como preditores das
morbidades Displasia Broncopulmonar, Retinopatia da Prematuridade e Hemorragia
Peri/Intraventricular e/ou Leucomalácia Periventricular. Essa pesquisa seguiu um modelo de
estudo tipo coorte observacional, sendo a população de estudo composta pelos recém-nascidos
que internaram na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal do Hospital Universitário de
Santa Maria, período de 1 ano. Foram excluídos aqueles que evoluíram para óbito antes de 12
horas de vida e os que apresentaram malformações ou síndromes genéticas incompatíveis com
a vida. Os dados foram retirados dos prontuários dos pacientes, os escores em estudo pontuados
e a ocorrência dos desfechos verificada. Foram incluídos 201 RN, a mediana de idade
gestacional foi de 34 semanas, enquanto a mediana de peso ao nascer foi 1815 gramas. A DBP
clássica foi a mais prevalente, estando presente em 13,5% dos pacientes A presença de duas ou
mais morbidades foi encontrada em 9% do total estudado. O SNAP-PE II teve a melhor
associação com a DBP “clássica”, com sensibilidade de 81,48% e área sobre a curva ROC 0,73
(IC 0,623-0,840). Para nova DBP o escore SNAP-PE II apresentou sensibilidade 69,23%,
especificidade 75,53% e área sob a curva ROC 0,80 (IC 0,692-0,914), e para os RN com peso
<1500g o escore CRIB apresentou área sob a curva ROC 0,79 (IC 0,666-0,923). Em relação a
ROP os escores SNAP-PE II e CRIB II se mostraram semelhantes: sensibilidade 68,75%,
especificidade 79,46% e uma área sob a curva ROC 0,7492 (IC 0,611-0,811); sensibilidade
100%, especificidade 54,14% e uma área sob a curva ROC 0,7532 (IC 0,618-0,887),
respectivamente. Para as lesões cerebrais o SNAP-PE II foi superior com área sob a curva ROC
0,72 (IC 0,567-0,879), sensibilidade 75% e especificidade 65,95%. A utilização dos escores de
gravidade, como preditores de morbidade, se mostrou promissora, com boa a excelente
sensibilidade especialmente para o SNAP-PE II. Nos RNPT de muito baixo peso ao nascer, o
CRIB II também se destacou na predição de ROP e da “nova” DBP.
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