Efeitos do diclofenaco sobre marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo em ratos submetidos a consecutivos sets exaustivos
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Data
2021-07-07Primeiro membro da banca
Nogueira, Cristina Wayne
Segundo membro da banca
Oliveira, Álvaro Reischak de
Terceiro membro da banca
Oliveira, Mauro Schneider
Quarto membro da banca
Rambo, Leonardo Magno
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Sessões de exercício físico representam um estresse por alterar a homeostase corporal. O elevado consumo de oxigênio durante o exercício físico aumenta a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e proteínas pró-inflamatórias, resultando em um quadro de estresse oxidativo e inflamação de caráter agudo e transitório. Atualmente, os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs), incluindo o diclofenaco, têm sido amplamente usados em competições esportivas. Considerando que atletas participam de provas consecutivas de alta intensidade e curta duração e que essas podem levar à sensação de dor e processo inflamatório, muitos competidores usam AINEs como recursos ergogênicos ou até mesmo para evitar perdas de performance durante suas provas. No entanto, pouco se sabe sobre os efeitos do uso de diclofenaco nos tecidos durante consecutivos sets exaustivos de natação. Levando em consideração a especificidade do esporte, a maioria dos estudos associam exercício físico e músculo esquelético, embora as respostas adaptativas ao exercício físico não sejam restritas ao tecido muscular. Considerando o importante papel do fígado durante o exercício, um objetivo desta tese foi analisar os efeitos do diclofenaco sobremarcadores hepáticos, e em um segundo momento, sobre marcadores musculares, de estresse oxidativo,dano tecidual e inflamaçãoem ratos sedentários submetidos a consecutivos sets de nado forçado. No artigo, destacamos o papel do diclofenaco em modular as respostas de estresse oxidativo e inflamação e adaptações causadas pelo exercício de alta intensidade em fígado. O protocolo experimental foi realizado com 4 grupos distintos: sedentário-salina, sedentário- diclofenaco, exaustão-salina e exaustão-diclofenaco. Os animais dos grupos exercício foram submetidos a 3 sets consecutivos de natação, separados com 48 horas de intervalo entre eles e os grupos tratados receberam diclofenaco (10 mg/kg) ao longo do protocolo. Identificamos aumentos significativas nos níveis de TBARS e na razão GSH/GSSG, e um aumento nos níveis dos marcadores inflamatórios TLR4, MyD88, IL-1β, IL-6, TNF-α e INF-γ após exercício exaustivo. Todas essas alterações foram revertidas pelo tratamento com diclofenaco. No manuscrito, destacamos o papel modulador do diclofenaco sobre as respostas de dano, estresse oxidativo, e inflamação gerada por exercício no músculo esquelético. O protocolo consistiu nos mesmos 3 sets consecutivos de natação, separados por 48 horas, em ratos tratados com salina ou diclofenaco (10 mg/kg) (grupos: sedentário-salina, exaustão-salina, sedentário-diclofenaco, exaustão-diclofenaco). Após o exercício, foi identificado um aumento nos níveis de TBARS, DCFH-DA e diminuição na razão de GSH/GSSG, e aumentos nos níveis dos marcadores COX-2, TLR4, MyD88, NFκB, IL-1β, IL-6, TNF-α e INF-γ e aumento na expressão gênica iNOS. Essas respostas geradas pelo exercício exaustivo foram atenuadas pelo tratamento com diclofenaco. Os dados obtidos nos permitem concluir que o diclofenaco interfere nos marcadores oxidativos/inflamatórios em respostas adaptativas geradas pelo exercício físico no tecido muscular e hepático, adiando a fadiga e paralelamente alterando os mecanismos necessários para adaptação dos tecidos frente ao exercício físico de natação.
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