Fluxo de metano no bioma Pampa: análises em área de arroz e de pecuária
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Data
2021-06-01Primeiro membro da banca
Cabral, Osvaldo Machado Rodrigues
Segundo membro da banca
Scivittaro, Walkyria Bueno
Terceiro membro da banca
Degrazia, Gervásio Annes
Quarto membro da banca
Dorneles, Lucio Strazzabosco
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O metano (CH4) é aproximadamente 28 vezes mais eficiente na absorção de radiação do que o dióxido de carbono (CO2), potencializando o aquecimento global. Desta forma, os sistemas de produção que emitem CH4 têm recebido atenção especial em estudos que quantificam as emissões visando a mitigação. Para tanto, diversas metodologias têm sido utilizadas, sendo a metodologia covariância dos vórtices (EC do inglês Eddy Covariance), é o estado da arte nestas estimativas por incorporar todas as trocas de CH4 num ecossistema. Na agricultura, a produção de arroz e pecuária são os principais emissores de CH4. Nesta tese, esses dois sistemas de produção foram avaliados em relação às emissões de CH4 através da metodologia EC. Os estudos foram conduzidos em dois sítios experimentais do bioma Pampa, no estado do Rio Grande do Sul - RS, Brasil. Medidas das emissões de CH4 foram realizadas durante nove meses numa área de arroz irrigado por inundação (sistema pré-germinado) no município de Cachoeira do Sul (e extrapoladas para o período anual) e durante dois anos e meio em uma criação de gado sob manejo rotacionado em uma pastagem de campo nativo no município de Aceguá – RS. A emissão anual na área de arroz foi de 43,87 g CH4 m-2 ano-1, sendo que o período com arroz emitiu 33,03 g CH4 m-2, três vezes maior que o período sem arroz (pousio). Estes resultados mostram que as estimativas do Painel Intergovernamental para o Clima (IPPC-2006) subestimam as emissões de CH4 em 30 % para o cultivo do arroz nesta região. Na média de dois anos, a área de pecuária emitiu 3,75 gCH4 m-2 ano-1, sendo que as emissões de CH4 devido ao gado representam aproximadamente 60 % das emissões anuais. Assim, as emissões de CH4 no arroz são em torno de 12 vezes maior que na pecuária. Como nesses sistemas também ocorrem trocas de outros gases do efeito estufa (GEE) entre a superfície e a atmosfera, tais como CO2 e o N2O, estimativas destas trocas foram também utilizadas para estimar o potencial de aquecimento global total anual (GWP), considerando o consumo do arroz colhido ou da carne do gado produzida, convertendo as variáveis em CO2 equivalente (CO2-eq). O CO2 é o principal componente do GWP nos dois sistemas, e é absorvido em ambos. No entanto, o arroz foi um emissor de GEE (GWP = 1539,42 gCO2-eq m-2), sendo que pousio foi responsável por 90 % deste valor, enquanto a pecuária no campo nativo foi um absorvedor de GEE (GWP = -76,5 gCO2-eq m-2). Estes resultados inéditos podem se tornar base para políticas públicas de compensação de emissão de GEE e para futuros trabalhos de mitigação desses gases no bioma Pampa Brasileiro.
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