Sangramento gengival autorreportado em adultos e idosos brasileiros: fatores associados e a relação com qualidade de vida relacionada à saúde bucal
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Data
2021-12-17Primeiro membro da banca
Pinto, Alice Souza
Segundo membro da banca
Seerig, Lenise Menezes
Terceiro membro da banca
Tomazoni, Fernanda
Quarto membro da banca
Ardenghi, Thiago Machado
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Este estudo transversal teve por objetivo avaliar a associação entre sangramento gengival
autorreportado, determinantes sociais de saúde e qualidade de vida relacionada à saúde bucal
em uma população de adultos e idosos brasileiros. Para tal, utilizou-se a base de dados do ELSIBrasil
– Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos do Brasil. O sangramento gengival
autorreportado foi aferido através da pergunta “A gengiva do(a) Sr(a) sangra atualmente?”.
Com opções de respostas dicotomizadas em “sim” ou “não”. A variável qualidade de vida
relacionada à saúde bucal foi verificada pelo Oral Impacts on Daily Performance, sendo que
um dos nove itens (sobre prática de esportes) não foi incluído. O Oral Impacts on Daily
Performance foi analisado como uma variável categórica, dicotomizada em “nenhum impacto”,
para aqueles que responderam não em todas as questões e “possui impacto na sua qualidade de
vida relacionada à saúde bucal”, para aqueles que responderam sim para pelo menos uma
questão. A análise dos determinantes sociais de saúde foi baseada no modelo sugerido por Peres
e colaboradores em 2019, formado por três grandes blocos de determinantes. Foram analisados
sexo, educação, cor da pele, idade, índice de riqueza, depressão, satisfação com a vida,
confiança na vizinhança, uso de escova de dentes e fio dental, hábito de fumar, serviços
odontológicos, diabetes e número de dentes remanescentes. Em um primeiro momento foi
avaliada a associação entre sangramento gengival autorreportado como desfecho e os fatores
associados. A seguir buscou-se a relação entre qualidade de vida relacionada à saúde bucal
como desfecho e sangramento gengival autorreportado como exposição. Dos 6.114 indivíduos
incluídos neste estudo, a prevalência de sangramento gengival autorreportado foi de 10,4%.
Observou-se a associação independente entre sangramento gengival autorreportado e variáveis
psicossociais, como depressão, insatisfação coma vida, falta de confiança nos vizinhos. Em
relação à idade, observa-se que quanto maior a idade, menor a percepção de sangramento
gengival. Indivíduos na faixa etária de 60-69 anos, 70-79 anos e mais de 80 anos de idade
tiveram prevalência, respectivamente, 27%, 55% e 71% menor de relatar sangramento gengival
do que aqueles entre 50-59 anos. Também foi observado que aqueles que referiram apresentar
sangramento gengival tiveram maior prevalência de pior qualidade de vida relacionada à saúde
bucal (Razão de Prevalência: 1.10; Intervalo de Confiança 95%: 1.02- 1.18), mesmo após os
ajustes por todas as variáveis do modelo. Portanto, determinantes psicossociais influenciaram
independentemente na autopercepção de sangramento gengival, e este na qualidade de vida
relacionada à saúde bucal. Ressalta-se aqui a importância de ações de saúde pública que
incluam a abosdagem de fatores psicossociais a nível de coletividade buscando modificar as
iniquidades em saúde.
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