Cores da docência: o cinema como sol de uma formação instituinte no ensino público
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Data
2021-11-19Primeiro membro da banca
Celorio, José Aparecido
Segundo membro da banca
Silva, Josias Pereira da
Terceiro membro da banca
Barcelos, Valdo Hermes de Lima
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta dissertação é resultante de uma pesquisa feita com educadores da rede pública que utilizam o cinema como dispositivo na sua prática pedagógica. A atuação deste na construção da docência desses professores é o tema da pesquisa. A pergunta que ronda incessante é: como o cinema atuou na construção da docência de professores produtores de cinema na escola? Este estudo busca entender como as vivências dos educadores com a sétima arte reverberam nas suas práticas com os estudantes. Como as experiências estéticas com o cinema agiram na construção da docência desses sujeitos, oportunizando enxergar como podemos entender a mesma. A pesquisa autobiográfica foi inspirada na Pedagogia da Observância (Celorio, 2015) e consistiu em três entrevistas com professores de Recife (PE), Palmeira dos Índios (AL) e Campo Bom (RS). Estas conversas geraram três argumentos cinematográficos que permitiram a compreensão do atravessamento do cinema na docência dos sujeitos de pesquisa. Tal entendimento foi embasado no cosmograma bantu-kongo traduzido da oralidade bakongo por Bunseki Fu-kiau (Santos, 2019). A comunicação entre as cosmovisões de norte e sul foi possível porque em todos estágios ontológicos há uma relação solar entre o que Castoriadis (1982) estabeleceu como representações do imaginário instituído do campo comunitário com o imaginário radical, do campo subjetivo (ubuntu). Tal processo é solar porque um fenômeno exterior age metafisicamente semelhante ao Sol ativando partículas no campo físico. Existe um momento solar (kibanji) que irradia um magma, o encontro das representações do imaginário. Conforme muda de estágios - preto, vermelho, branco e amarelo - constitui-se um imaginário instituinte basilar das práticas pedagógicas cinematográficas. Os apontamentos deste roteiro levam a uma profissionalidade, em contraponto à ideia de profissionalismo, docente, isto é, uma relação mais orgânica com o dispositivo que afeta o ser (muntu) de maneira mais profunda, intangível (mpemba). Por isso que, mesmo marginalizado pelo institucional, o dispositivo cinema passa a ocupar um lugar simbólico na prática desses educadores.
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