Espectro de ação do gene MI-1.2 a Meloidogyne spp. e estudo de populações virulentas e avirulentas em tomateiro: caracterização histopatológica da interação planta-nematoide
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Data
2020-08-19Primeiro coorientador
Carneiro, Regina Maria Dechechi Gomes
Primeiro membro da banca
Pinheiro, Jadir Borges
Segundo membro da banca
Santos, Jansen Rodrigo Pereira
Terceiro membro da banca
Boiteux, Leonardo Silva
Quarto membro da banca
Kulczynski, Stela Maris
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A cultura do tomateiro é afetada por diferentes patógenos, entre eles os nematoides das galhas (gênero Meloidogyne) que apresentam uma distribuição geográfica ampla, alta capacidade reprodutiva no tomateiro e causam grandes danos à cultura com perdas variando de 25-100%. Entre os métodos de controle de espécies de Meloidogyne em tomateiro, o emprego de cultivares e porta-enxertos com
resistência genética é a mais eficiente das medidas preconizadas uma vez que não exige mudanças
drásticas no manejo da cultura e apresenta um baixo impacto ambiental no controle desse endoparasita. A presente Tese teve como objetivo geral estudar o espectro de resistência do gene Mi-1.2 contra uma amapla gama de espécies de Meloidogyne e confirmar uma possível suplantação da resistência desse gene por uma população de Meloidogyne obtida na Rio Grande do Sul. Outros objetivos foram os de estimar os efeitos da dosagem alélica do gene Mi-1.2 em sete porta–enxertos de tomateiro e avaliar a reação contra populações de Meloidogyne de um acesso da espécie Solanun arcanum contendo o gene Mi-9. As interações entre o porta-enxerto ‘Guardião’ (contendo o gene Mi-1.2) e duas populações de M. javanica virulentas e avirulentas também foram caracterizadas via análise histológica. Os experimentos foram realizados em laboratório e casa de vegetação. No primeiro estudo, a resistência conferida pelo gene/locus Mi-1.2 foi avaliada em populações de 15 espécies de Meloidogyne ocorrentes no Brasil, empregando cultivares de tomateiro Santa Clara (homozigoto suscetível) e Debora Plus (heterozigoto resistente). Além
das espécies M. javanica, M. incognita e M. arenaria, a resistência mediada pelo gene Mi-1.2 se mostrou também efetiva para: M. ethiopica, M. exigua, M. hispanica, M. inornata, M. izalcoensis, M. konaensis, M. luci, M. morocciensis, M. paranaensis e M. petuniae. Os resultatos também confirmaram que o gene Mi-1.2 nãoe é efetivo contra M. enterolobii e M. hapla. No segundo estudo, através da caracterização bioquímica da α-esterase, do padrão perineal e teste de patogenicidade em porta-enxerto resistente ‘Guardião’, foi possível identificar, pela primeira vez no país, uma população de M. javanica virulenta ao gene Mi-1.2 em área de produção no Rio Grande do Sul. No terceiro estudo, sete porta-enxertos de tomateiro caracterizados pela técnica de PCR como homozigotos ou heterozigotos para o gene Mi-1.2, quando inoculados com populações avirulentas e virulentas de Meloidogyne spp., mostraram que a dosagem de alelos Mi-1.2 está associada à redução do fator de reprodução (FR) apenas em resposta a populações avirulentas. Além disso, a variabilidade observada nos valores do FR das populações avirulentas de M. javanica, M. incognita e M. arenaria detectadas dentro das condições alélicas Mi-1.2, indica um efeito de dosagem do gene, bem como uma influência do fundo genético da cultivar/acesso. No estudo dos mecanismos de resistência/incompatibilidade (= populações de Meloidogyne avirulentas) e suscetibilidade/compatibilidade (= população de Meloidogyne virulentas), os juvenis do segundo estádio (J2) da população de M. javanica virulenta penetraram, sofreram três ecdises e completaram o ciclo se desenvolvendo em adultos férteis de maneira similar nos dois genótipos contrastantes (suscetível e resistente), enquanto que na população avirulenta de M. javanica, poucos J2s conseguiram penetrar no genótipo resistente e foi visualizada morte celular e reação de hipersensibilidade nos sítios da infecção do nematoide. No quarto estudo, envolvendo a avaliação de um novo gene de resistência (Mi-9), os resultados indicaram resistência contra populações de M. javanica, M. incognita e M. arenaria avirulentas em relação ao gene Mi-1.2 e suscetibilidade contra populações de M. enterolobii e de M. javanica virulenta ao gene Mi-1.2, indicando que a resistência mediada pelo gene Mi-9 não difere inteiramente da controlada pelo gene Mi-1.2 em temperaturas de 25-28ºC. Esses resultados mostram que a busca contínua
por novas fontes de resistência é indispensável, uma vez que plantas com resistência a M. enterolobii e a populações de M. javanica virulentas ao gene Mi-1.2 ainda não foram identificadas.
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