Efeito modulatório in vitro da quetiapina não-metabolizada na citotoxicidade e ativação inflamatória de células brancas e na formação de armadilhas extracelulares de neutrófilos
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Data
2020-02-19Primeiro coorientador
Cruz, Ivana Beatrice Mânica da
Primeiro membro da banca
Pavanato, Maria Amália
Segundo membro da banca
Nogueira-Librelotto, Daniele Rubert
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A quetiapina (QUE) é um fármaco altamente complexo que por suas diferentes formas de interação com os receptores apresenta grande aplicabilidade clínica. Embora muito utilizada, a QUE traz consigo uma gama de efeitos colaterais que incluem além de distúrbios da via metabólica, alterações em nível de sistema imune. Rapidamente metabolizada pelo fígado ela é transformada em seu principal metabólito ativo, a norquetiapina, estando então, à depuração da QUE em apenas 5%. Este percentual pode aumentar em pessoas idosas, com isuficiência hepática ou através da interação com outros fármacos. Com isso, a quetiapina não metabolizada (nmQUE) pode ser responsável pela indução das alteraçãoes imunológicas periféricas, principalmente a inflamação crônica de baixo grau. Assim, nosso objetivo concentrou-se em avaliar in vitro o potencial efeito citotóxico e modulatório da nmQUE na ativação inflamatória e, na formação de armadilhas extracelulares de neutrófilos (NETs). Para isso, foram realizados experimentos celulares, utilizando a linhagem celular comercial de macrófagos (RAW 264.7), além de leucócitos e neutrófilos, obtidos através de coleta sanguínea de voluntários. As células foram cultivadas em condições ideais conforme a padronização até a obtenção da concentração de 1x105 cél/mL. Em seguida, os macrófagos, leucócitos e neutrófilos foram tratados e ativados ou não com agente mitogênico, a fitohemaglutinina (PHA). Após 24 horas, foram tratados com diferentes concentrações de QUE (25, 50, 100, 200 e 400 μg/L). Dada às 24 horas do tratamento, foi avaliada a viabilidade celular e citoxicidade de todas as células, através do ensaio espectrofotométrico do Brometo de 3-[4,5-dimetiltiazol-2-il]-2,5-difeniltetrazólio (MTT). Com o resultado destes testes, fora definida a concentração de escolha da QUE para ser utilizada nas análises seguintes: 100 μg/L. Com isso, após 72 horas de tratamento, avaliou-se a proliferação celular, moléculas oxidativas e a expressão proteica e gênica (via Quantitative reverse transcriptase polymerase chain reaction (qRT-PCR) de citocinas pró- inflamatórias e anti-inflamatória em RAW 264.7. Ainda, para avaliar o efeito da nmQUE na formação de NETs, os neutrófilos foram previamente ativados ou não pela exposição a células de leveduras por 2 horas, seguidos da exposição à QUE por mais 2 horas, estando posteriormente fixados e corados, seguidos pela captura de imagens e avaliação condizente. Os resultados mostram a alta capacidade de interação da nmQUE para com as células imunológicas, não demostrando citoxicidade, porém modificando seu perfil inflamatório conforme seu estado inicial, corroborando assim, para com um efeito farmacológico pró e anti- inflamatório. Já em relação a formação de NETs, os neutrófilos foram induzidos surpreendentemente, estando a nmQUE responsável por uma hiperformação das NETs. Com esses resultados, conclui-se que nmQUE exerce influência nas vias do sistema imune, sendo possivelmente responsável pela existência de morbidades e efeitos colaterais, o que representa o grande problema da terapia antipsicótica.
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