Avaliação da reciclagem de lodo de tratamentos de água na produção de blocos de cerâmica vermelha
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Data
2021-09-16Primeiro membro da banca
Brehm, Feliciane Andrade
Segundo membro da banca
Caicedo, Monica Alejandra Villaquirán
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O tratamento de água no Brasil é feito em sua grande maioria por meio de estações de
tratamento de água convencionais (ETAs). O processo busca tornar a água potável ao
consumo humano, sendo imprescindível a remoção dos sólidos suspensos da água a fim de
que os parâmetros de potabilidade sejam atendidos. Neste processo, é gerado um resíduo,
denominado lodo, onde estima-se que uma ETA convencional gere um volume de lodo de
2,5% do volume de água tratada. A água bruta em uma estação de tratamento passa pelos
processos de captação, coagulação, floculação, decantação ou flotação e filtração, sendo o
lodo formado e acumulado nas três últimas etapas. Por ser atualmente classificado pela NBR
10004/2004 como um resíduo sólido classe II-A, não inerte e não perigoso, o lodo deve ser
descartado em local adequado, obedecendo à legislação ambiental Porém, os métodos e
técnicas disponíveis para tal são onerosos e necessitam de uma logística adequada para o
transporte. Neste sentido, foram conduzidos estudos buscando inserir o lodo como matériaprima
na construção civil, como para a fabricação de concreto, argamassas, dentre outros. No
entanto, o beneficiamento necessário para que fosse feita a desidratação do lodo e sua
inserção nestes setores produtivos inviabilizam economicamente seu uso. Neste cenário, o
presente projeto tem como objetivo avaliar o efeito, assim como a viabilidade técnica da
substituição de lodo de estação de tratamento de água nas propriedades físico-químicas e
mecânicas em peças de cerâmica vermelha. Para isto, o procedimento experimental foi
dividido em três etapas: a primeira onde foram feitos os ensaios de caracterização física,
química e mineralógica dos materiais utilizados, a argila e o lodo. Na segunda etapa foi
avaliado o processo produtivo de extrusão dos blocos por ensaios de consistência e
plasticidade. Foram correlacionados dados obtidos por meio de ensaios reológicos, com
diferentes teores de lodo e umidade, ajustando os traços a fim de promover uma extrusão
linear, sem defeitos superficiais nos blocos produzidos. Foram fabricados blocos cerâmicos
em escala reduzida, com diferentes teores de substituição de lodo (2, 5, 10 e 20% em
substituição de argila) e submetidos aos mesmos parâmetros durante o processo de
moldagem, conformação, secagem e queima. Foram avaliadas as propriedades físicas e
mecânicas exigidas pela NBR 15270/2017. Neste sentido a pesquisa buscou a viabilizar
tecnicamente a utilização de lodo de ETA para a fabricação de produtos cerâmicos. Por meio
da otimização do processo produtivo, foi possível concluir que blocos produzidos com teores
de lodo inferiores a 5% apresentam significativo potencial para sua utilização, desde que haja
um controle de umidade da massa argilosa, assim como no processo de secagem de queima.
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