Detecção e análise de padrões de centralização em redes de criptomoedas
Resumo
Durante a última década, houve o surgimento de um enorme fenômeno no mundo da tecnologia financeira: as criptomoedas. Desde sua primeira concepção em 2008, na forma da Bitcoin (NAKAMOTO,2008), esta inovação propõe um sistema monetário decentralizado através de uma rede peer-to-peer de computadores (denominados "mineradores"), que mantém um registro permanente de todas operações realizadas na sua blockchain. Apesar de a ausência de uma autoridade central ser um fator chave para qualquer rede de criptomoedas, recentemente pôde-se perceber uma forte centralização em torno de alguns grandes conglomerados de mineração (SAI et al., 2021) em muitas das principais moedas eletrônicas atuais, o que coloca o controle da maior parte deste ecossistema nas mãos de poucos mineradores (CACCIOLI; LIVAN; ASTE, 2016), podendo originar cenários que possam quebrar a confiança do público geral em relação à estas redes. Por exemplo, caso um grupo de mineradores detenha 50% ou mais do poder de processamento de uma blockchain, pode-se ocorrer uma falha de segurança nesta rede, denominada como "ataque de 51%". Este cenário permitiria que os membros deste grupo impedissem a confirmação
de novas transações e a criação novos blocos na rede alvo, uma vez que eles estariam no controle do mecanismo de consenso desta rede. Tendo em vista esta crescente centralização originada por grandes conglomerados de mineradores, e sabendo dos riscos à integridade destes sistemas que dado evento pode originar, este trabalho visa analisar padrões de centralização de poder de processamento em diversas redes de criptomoedas.
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