Avaliação de oportunidades do domicílio para o desenvolvimento motor na experiência da família de lactentes expostos ao HIV
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Data
2021-12-15Primeiro membro da banca
Padoin, Stela Maris de Mello
Segundo membro da banca
Rodrigues, Analu Lopes
Terceiro membro da banca
Caçola, Priscila Martins
Quarto membro da banca
Muñoz, Jenny Amanda Ortiz
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A criança verticalmente exposta ao vírus da imunodeficiência humana (HIV) demanda cuidados além daqueles para prevenção da transmissão vertical, os quais são providos pela família no ambiente domiciliar, afim de proporcionar um desenvolvimento saudável. Objetivo: avaliar se os níveis interdependentes do meio ambiente interferem nas oportunidades do domicílio para o desenvolvimento motor de lactentes verticalmente expostos ao HIV na experiência da família. Método: estudo transversal realizado com 168 familiares de crianças expostas, de três a 18 meses de idade, em acompanhamento nos serviços de saúde dos municípios de Santa Maria, Novo Hamburgo, Cachoeirinha, Sapucaia do Sul, Viamão, Erechim, Santa Cruz e Passo Fundo, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Coleta de dados mediante contato telefônico entre dezembro de 2015 e agosto de 2020, utilizando instrumento de caracterização sociodemográfica e clínica dos familiares e dos pacientes e do ambiente; escala de avaliação da capacidade para cuidar de crianças expostas ao HIV; escala de satisfação com o suporte social; oportunidades no ambiente domiciliar para o desenvolvimento motor – escala bebê; inventário de fatores protetores da família; e insegurança alimentar – versão curta. Os aspectos éticos das pesquisas com seres humanos foram respeitados. Resultados: familiares caracterizados por mães (95,2%) com Ensino Médio (43,1%), renda até dois salários (48,8%) e ausência de vínculo empregatício (60,8%). Os lactentes nasceram a termo (70,1%), sem problemas de saúde (86,2%), com consulta em infectologia antes do primeiro mês (62,2%), com até quatro consultas no último ano (49,7%). O ambiente caracterizou-se por casas (94,5%) com até duas crianças (69,5%) e até dois adultos (74,4%). As oportunidades totais do ambiente domiciliar foram classificadas como moderadamente adequadas (37,4%), com variedade de estimulação excelente (35,4%), espaço físico moderadamente adequado (44,5%), brinquedos de motricidade grossa (38,0%) e brinquedos de motricidade fina (38,7%) classificados como menos que o adequado. A partir do modelo de regressão, houve associação significativa para escolaridade (p < 0,005), renda (p < 0,013) e segurança alimentar (p < 0,032), com o desfecho menor do que o adequado ou moderadamente adequado para as oportunidades domiciliares. Conclusão: menores condições escolares, financeiras e de segurança alimentar implicam em vulnerabilidades ambientais para o desenvolvimento motor, as quais podem ser potencializadas quando considerada a fragilidade clínica deste lactente, com uma condição sorológica ainda indefinida e demanda de cuidados habituais e para prevenção da transmissão vertical realizadas por parte do familiar. Os achados deste estudo reforçam a necessidade de promover o desenvolvimento motor infantil conforme as condições sociodemográficas de cada família, utilizando o disponível no domicílio.
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