Avaliação do perfil lipídico e caracterização de compostos fenólicos de diferentes cultivares de noz-pecã [Carya illinoinensis (Wangenh) K. Koch]
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Data
2021-09-03Primeiro coorientador
Wagner, Roger
Primeiro membro da banca
Barcia, Milene Teixeira
Segundo membro da banca
Godoy, Helena Teixeira
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O estado do Rio Grande do Sul é um grande produtor de noz-pecã devido aos fatores edafoclimáticos que contribuem significativamente para seu cultivo, além de incentivos que o governo oferece aos pequenos e médios produtores como uma fonte de renda extra. A noz-pecã está cada vez mais presente na mesa dos consumidores, contribuindo para uma alimentação saudável, sendo constituída por lipídios, vitaminas, minerais, proteínas e compostos benéficos ao organismo, como os compostos fenólicos, cujo consumo vem sendo correlacionado com menores probabilidades de desenvolvimento de diversas doenças devido sua ação antioxidante. As cascas da noz-pecã são muito utilizadas em chás devido seu alto poder antioxidante. O objetivo do presente trabalho visa avaliar, nas nozes e cascas de nove cultivares (Barton, Chickasaw, Imperial, Importada, Jackson, Melhorada, Mohawk, Pawnee e Shawnee) do estado do Rio Grande do Sul, o teor de lipídios totais, o perfil de ácidos graxos, a capacidade antioxidante, o teor de compostos fenólicos totais e a identificação e quantificação de compostos fenólicos individuais. Os lipídios foram determinados através do método de Bligh-Dyer e os ácidos graxos por GC-FID (cromatografia gasosa com detector por ionização em chama), sendo que estas análises foram realizadas apenas nas nozes. A composição fenólica total por Folin-Ciocalteu, a quantificação individual por LC-DAD-MS/MS (cromatografia líquida acoplada a detector de arranjo de diodos e espectrômetro de massas triplo quadrupolo) e a capacidade antioxidante pelo método ORAC (capacidade de absorção do radical de oxigênio), foram realizadas tanto para as nozes como para as cascas. A cultivar Imperial apresentou o menor teor de lipídios totais (51,15%) e a cultivar Importada o maior teor (63,18%). O ácido graxo majoritário encontrado em todas as cultivares foi o oleico, variando de 60,75 na cultivar Melhorada a 81,21% na cultivar Shawnee, seguido do ácido graxo linoleico com variação de 10,44 a 29,20%, nas cultivares Shawnee e Melhorada respectivamente, e palmítico com variação de 5,31 a 7,90%, nas cultivares Mohawk e Melhorada respectivamente. Os compostos fenólicos totais variaram nas nozes de 12,82 g equivalentes em ácido gálico (GAE).kg-1 (Barton) a 22,07 g GAE.kg-1 (Mohawk) e nas cascas de 75,48 g GAE.kg-1 (Mohawk) a 239,92 g GAE.kg-1 (Pawnee). Por LC-DAD-MS/MS, foram identificados e quantificados cerca de 20 compostos nas nozes sem hidrólise e 15 compostos quando hidrolisadas, já para as cascas, também 20 compostos foram identificados e quantificados sem a aplicação da hidrólise e 17 compostos quando hidrolisadas. As classes de fenólicos que se destacam tanto nas nozes como nas cascas hidrolisadas ou não, são as dos ácidos hidroxibenzóicos e hidroxicinâmicos, e flavonoides, com os compostos majoritários ácido gálico, ácido elágico, ácido 4-hidroxibenzóico e ácido protocatecuico. A capacidade antioxidante variou nas nozes de 11,33 μmol equivalente em Trolox (TE).g-1 (Barton) a 150,80 μmol TE.g-1 (Pawnee) e nas cascas de 53,38 μmol TE.g-1 (Mohawk) a 180,77 μmol TE.g-1 (Shawnee). Diante do exposto, o presente trabalho traz à tona informações relevantes sobre a variabilidade do teor lipídico, perfil de ácidos graxos, composição fenólica e atividade antioxidante das nozes e suas cascas, das diferentes cultivares de noz-pecã comercializadas no estado do Rio Grande do Sul, contribuindo também com dados de grande valia para o setor da pecanicultura e enfatizando os benefícios do consumo deste fruto e da utilização das cascas como potenciais antioxidantes na indústria de alimentos. A informação a respeito do percentual lipídico que cada cultivar apresenta poderá auxiliar na escolha correta de determinadas cultivares para a indústria de óleos ou na escolha de nozes com menores teores de lipídios para aplicação em produtos de panificação ou confeitaria, a fim de evitar a rancificação dos produtos.
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