Implementação da categorização dos serviços de alimentação em Santa Maria – RS, Brasil
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Data
2022-04-08Primeiro coorientador
Saccol, Ana Lúcia de Freitas
Primeiro membro da banca
Brandão, Janaína Balk
Segundo membro da banca
Garcia, Marcelo Valle
Terceiro membro da banca
Stedefeldt, Elke
Quarto membro da banca
Ginani, Verônica Cortez
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Os sistemas de categorização reduzem o risco sanitário e as violações das legislações de segurança dos alimentos, pois priorizam os requisitos que causam maior impacto na saúde pública em decorrência de surtos alimentares. Este estudo teve como objetivo examinar criticamente o impacto da implementação de um sistema de categorização baseado nos ciclos de inspeção e na classificação por letras e a exposição dos selos aos consumidores. Para atingir o objetivo deste trabalho, transversal e longitudinal que envolveu o setor público, a academia e 45 serviços de alimentação, foram realizados 3 estudos e desenvolvidas 3 ferramentas de apoio: material educativo, aplicativo e a regulamentação do processo. Além do manuscrito que apresenta de forma completa todas as etapas de implementação da estratégia, também foi avaliado a influência que a etapa de qualificação exerceu no conhecimento, atitude e prática, percepção de risco e viés otimista dos participantes (105 manipuladores de alimentos e 63 gestores). Especialmente, foi relatada a experiência exitosa que o estudo obteve ao aumentar a conformidade do item de higienização de vegetais folhosos. Os dados mostraram que a maioria dos serviços de alimentação (n = 35) avaliados foram capazes de evoluir positivamente ao longo do processo, 7 mantiveram a classificação e 3 pioram a nota no segundo ciclo de inspeção. Houve redução significativa na pontuação de risco sanitário (p < 0,001), bem como o percentual de adequação aumentou entre os participantes (p < 0,001). A presença do auxílio acadêmico apoiando os gestores nas adequações, demonstrou ser um “gatilho” para o sucesso da estratégia, em ambas as formas de avaliação, pontuação de risco (p = 0,042) e percentual de adequação (p = 0,04). No geral, o público considerou o sistema de implantação uma boa estratégia de segurança dos alimentos. A pesquisa qualitativa mostrou que os consumidores reconhecem os efeitos benéficos da exposição das categorias sanitárias nos serviços de alimentação e tomam como base para realizar suas escolhas. Adicionalmente o estudo se apresentou como uma possibilidade de adequação ao novo modelo regulatório do País que prevê a obrigatoriedade de análises quantitativas e estatísticas para classificação do risco das atividades econômicas. Em relação a avaliação da influência da qualificação em segurança dos alimentos nas variáveis de conhecimento, atitude e prática e na percepção de risco dos gestores e manipuladores de alimentos participantes da categorização dos serviços de alimentação no município, pode-se destacar que a prática (22,33 ± 2,55) tornou-se mais segura do que antes (20,76 ± 3,44) da qualificação. Da mesma forma que a percepção de risco também aumentou (4,49 ± 0,52). Além disto, as práticas autorreferidas tiveram, positivamente, correlação significativa (r = 0,427; p < 0,001) com a percepção de risco. Pontualmente, a percepção de risco teve pior desempenho com relação a higienização de hortaliças e quanto ao procedimento de descongelamento dos alimentos, porém os escores de ambos os itens melhoraram significativamente (p < 0,001) ao longo do processo de categorização. Desta estratégia, conclui-se que qualificação em segurança de alimentos pode ser uma ferramenta eficaz de suporte na implementação dos sistemas de categorização dos serviços de alimentos, reforçando a teoria de que educação e a qualificação podem integrar as ciências comportamentais com a saúde pública. Entretanto, sugere-se revisão do método utilizado na qualificação. Em suma, pode-se concluir que a categorização em serviços de alimentação impacta na redução do risco sanitário e na melhoria das boas práticas de manipulação. Sendo uma estratégia recomendada para ações intersetoriais, entre a tríade setor público, privado e academia, fortalecendo as parcerias produtivas e propondo o estabelecimento de uma legislação alimentar moderna, harmonizada e baseada em evidências.
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