Fatores associados ao estresse parental em unidade de terapia intensiva neonatal
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Data
2022-06-09Primeiro coorientador
Jantsch , Leonardo Bigolin
Primeiro membro da banca
Neves, Eliane Tatsch
Segundo membro da banca
Chiquetti, Eloá Maria dos Santos
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Durante o período gestacional, os pais projetam imagens, sonhos e expectativas a respeito do filho que irá nascer. Quando ocorre um nascimento prematuro e/ou com outras complicações, a figura idealizada do “recém-nascido (RN) perfeito” é abandonada e os pais precisam enfrentar uma nova realidade. RNs de risco comumente necessitam de internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), o que é extremamente angustiante e estressante para a tríade mãe, pai e bebê, pois os rituais que deveriam acontecer no início da vida do neonato são quebrados. Destaca-se que, a partir da internação de um filho em uma UTIN, surgem sentimentos de frustração, culpa, temores frente ao desconhecido e às incertezas quanto à recuperação do bebê. Para tanto, teve-se por questão norteadora do estudo: quais os fatores associados ao estresse parental em unidade de terapia intensiva neonatal? Esta é uma pesquisa transversal, de abordagem quantitativa, constituída por uma população de pais e mães de recém-nascidos internados em unidade de terapia intensiva neonatal. A coleta de dados ocorreu em dois hospitais filantrópicos do sul do país. Os questionários utilizados foram Parental Stress Scale: Neonatal Intensive Care Unit (PSS: NICU) e Percepção do Cuidado Centrado na Família – Pais versão brasileira (PCCF-P versão brasileira), ambos validados e traduzidos para a língua portuguesa do Brasil, além de instrumento de caracterização dos participantes, de dados obstétricos e dos recém-nascidos, produzido pelos autores. As variáveis qualitativas foram apresentadas pelas frequências absoluta e relativa. Realizaram-se cruzamentos simples das variáveis qualitativas e, para verificar a associação entre elas, foi utilizada a medida “Odds Ratio” (OR) e seu intervalo de confiança. A análise foi realizada no software Statistica 9.1, sendo considerados de significância achados com p valor ≤ 0,05. As variáveis quantitativas foram apresentadas por média (± desvio-padrão), mediana, mínimo e máximo. Participaram 129 voluntários e constatou-se que 79,8% deles apresentaram estresse parental. Por meio da descrição do instrumento PSS: NICU, observou-se menor média de estresse no domínio “Sons e imagens”, seguido de “Aparência e comportamento do bebê” e, com maior pontuação, a categoria “Alteração no papel de pai/mãe”. Houve associação significativa entre gênero dos participantes e intercorrências clínicas dos recém-nascidos durante o período de internação na UTIN com estresse parental. Observou-se diferença estatisticamente significativa entre os grupos “com estresse” e “sem estresse” na variável “tempo de internação até o momento da coleta de dados”, nos domínios “respeito”, “colaboração” e na soma total da escala PCCF-P. Conclui-se, portanto, que há relevância em se aprofundar o conhecimento acerca dos fatores associados ao estresse parental em unidade de terapia intensiva neonatal, a fim de que sejam implementadas estratégias com o objetivo de minimizar esses agravantes e melhorar a saúde emocional dos pais, a relação dos pais com a equipe e com seu bebê e, por consequência, o desenvolvimento infantil.
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