Doença hipertensiva gestacional: perfil das gestantes e repercussões sobre o parto e período perinatal em um hospital escola do sul do país
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Data
2021-10-27Primeiro membro da banca
Haeffner, Leris Salete Bonfanti
Segundo membro da banca
Bayer, Valéria Maria Limberger
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A gestação costuma apresentar uma evolução sem intercorrências. Porém, em alguns casos, pode haver desenvolvimento de patologias próprias da gestação ou presença de patologias prévias, que elevam o risco de complicações. As doenças hipertensivas na gestação representam significativas complicações, contribuindo para alta morbimortalidade materna, fetal e neonatal. O Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), referência regional para acompanhamento pré-natal de gestantes de alto risco, apresenta um cenário ideal para estudo das vias de nascimento, bem como dos desfechos gestacionais e perinatais, em pacientes com Doença Hipertensiva Gestacional. O Estudo objetiva avaliar a evolução e o desfecho das gestações em gestantes hipertensas e sem comorbidades acompanhadas no Serviço de Obstetrícia do HUSM. Foi realizado um estudo quantitativo, observacional e transversal a partir de entrevista com as puérperas e revisão dos prontuários de gestantes hipertensas e sem comorbidades que tiveram seu parto no HUSM, Santa Maria, RS, entre janeiro de 2017 e junho de 2018. Realizou-se uma análise descritiva das variáveis e a associação entre as mesmas foi verificada pelo teste do Qui-quadrado, com nível de significância de 5%. O estudo respeitou os preceitos éticos contidos na Resolução CNS n.466/2012e foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFSM (parecer nº 2.814.895 e CAAE 1 59366116.5.0000.5346). No período estudado, ocorreram 3156 nascimentos no HUSM, sendo 31,1% em gestantes hipertensas. Foram incluídos no estudo 1904 gestantes, sendo 981 (51,5%) hipertensas e 923 (48,5%) sem comorbidades. Das hipertensas, 42,4% tinham pré-eclâmpsia (PE), 5,8% PE sobreposta à hipertensão (HAS) crônica, 12,0% HAS crônica e 39,8% HAS gestacional. A HAS teve associação com idade materna igual ou superior a 35 anos, obesidade, nuliparidade ou multiparidade, e realização de pré-natal no serviço de alto risco com pelo menos 6 consultas pré-natais. O trabalho de parto (TP) foi predominantemente espontâneo nas pacientes sem comorbidades (58,1%) e induzido nas hipertensas (42,7%), p<0,001. Dos partos induzidos, houve associação com parto vaginal nas gestantes sem comorbidades e com cesariana nas hipertensas (p<0,001). As gestantes hipertensas tiveram associação com complicações no TP (p<0,001) e no parto vaginal (P=0,011) e com peso ao nascer <2500g (p<0,001). Os recém-nascidos de mães hipertensas tiveram associação com complicações neonatais (13,9%), necessidade de reanimação (3,4%) e internação em Unidade de Terapia Intensiva neonatal (10,5%) (p<0,001). Através do presente estudo foi possível elaborar um panorama atualizado do perfil de morbidade, dos desfechos gestacionais e resultados perinatais nas pacientes com Doença Hipertensiva Gestacional atendidas no HUSM, comparando-as com gestantes sem comorbidades. As doenças hipertensivas na gestação aumentam o risco de morbimortalidade gestacional e perinatal, aumentam a taxa de partos induzidos e de cesariana, sendo necessário um atendimento especializado para essas gestantes, a fim de reduzir desfechos maternos e fetais desfavoráveis.
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