Características vocais espectrográficas e videolaringoestroboscópicas de mulheres transexuais
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Data
2021-03-15Primeiro coorientador
Schwarz, Karine
Primeiro membro da banca
Beber, Bárbara Costa
Segundo membro da banca
Soares, Márcia Keske
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Objetivo: Comparar as características vocais espectrográficas de mulheres
transexuais com as de mulheres cisgênero e analisar as características
videolaringoestroboscópicas de mulheres transexuais. Métodos: Estudo
retrospectivo, transversal e quantitativo com pessoas entre 19 a 44 anos de idade.
Uma amostra composta por imagens de videolaringoestroboscopias de 15 mulheres
transexuais foi avaliada por três juízes otorrinolaringologistas que classificaram as
imagens em uma série de parâmetros, para análise estatística, foi utilizado o teste t,
ANOVA F-test, com um nível de significância de 5% (p ≤ 0,05). Três juízas
fonoaudiólogas analisaram imagens espectrográficas de 31 mulheres transexuais e
de 32 mulheres cisgênero e utilizou-se o teste T para amostras independentes com
nível de significância de 5%. Resultados: Nas 15 imagens de
videolaringoestroboscopia, quase metade do grupo apresentou fechamento glótico
completo e a outra metade apresentou diferentes tipos de fendas glóticas, e a
maioria dos indivíduos apresentou nível vertical de aproximação de PPVV igual. Na
espectrografia de banda larga das 32 mulheres cisgênero, os aspectos a seguir
estiveram significativamente melhores que no grupo de mulheres transexuais:
intensidade da cor do traçado em todos os itens avaliados; definição e regularidade
dos formantes 1, 2 e 4; largura de banda de todos os formantes; e regularidade do
traçado em todos os itens avaliados. As 31 mulheres transexuais apresentaram
significância para a antirressonância imediatamente acima do primeiro formante e
nas baixas frequências. Na espectrografia de banda estreita das 32 mulheres
cisgênero, os aspectos a seguir estiveram significativamente melhores que no grupo
de mulheres transexuais: intensidade da cor do traçado em todos os itens avaliados;
presença de ruído nas médias e altas frequências e no espectrograma como um
todo; substituição de harmônico por ruído nas médias e altas frequências e no
espectrograma como um todo; definição e regularidade de harmônicos nas altas frequências; número de harmônicos nas altas frequências e no espectrograma como
um todo; e presença de sub-harmônicos nas altas frequências. Conclusão: Nas
mulheres transexuais, foram maiores os aspectos compatíveis com maior nasalidade
e os aspectos relacionados ao ruído foram menores, sugerindo ajustes vocais na
tentativa de feminilizar a voz. Mesmo com laringe masculina e sem fonoterapia, as
mulheres transexuais demonstraram utilizar adaptações laríngeas para feminilização
vocal, indicando a necessidade de auxílio profissional para a feminilização da voz.
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