O consumo de mídia por agricultores familiares e as mediações de classe social e economia solidária
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Data
2021-04-08Primeiro membro da banca
Escosteguy, Ana Carolina Damboriarena
Segundo membro da banca
Grisa, Catia
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esse trabalho é um estudo etnográfico sobre o consumo de mídia por agricultores familiares de
Santa Maria/RS, participantes do Projeto Esperança/Cooesperança e que se organizam através
do Movimento Social de Economia Solidária. Essa pesquisa tem como fio condutor a mediação
da classe social, entendida como chave para a compreensão das relações entre a construção da
identidade de classe, o contexto sociocultural e o consumo dos meios de comunicação. O
principal objetivo está em compreender qual o papel do consumo de mídia, mediado pela
economia solidária e pela classe social, na formação da identidade de classe dos agricultores
familiares. Buscamos, durante os dois anos de pesquisa, responder ao seguinte problema de
pesquisa: como o consumo de mídia, mediado pelo movimento social da economia solidária,
modula a construção da identidade de classe das famílias de agricultores familiares? Para isso,
fundamentamos a pesquisa nos Estudos Culturais britânicos e latino-americanos, através do
conceito de classe social (BOURDIEU, 1984) e a Teoria das Mediações de (MARTÍNBARBERO,
2003) a partir da socialidade e ritualidade. Utilizamos o método da etnografia
crítica da recepção (RONSINI, 2011), e demais técnicas a partir de uma combinação
multimetodológica (BONIN, 2014). Os resultados dessa pesquisa, mostram que as mediações
da socialidade e da ritualidade também se revelam fundamentais para a compreensão dos
resultados, sendo que a classe social e a economia solidária determinam as práticas e o modo
de vida dos agricultores familiares. A participação no movimento de economia solidária, por
sua vez, modela o cotidiano familiar e incide no capital econômico e cultural dos agricultores.
A presença do capital cultural midiático (RONSINI, 2012) se revela em função da incorporação,
cada vez maior, dos meios de comunicação para o uso no trabalho do campo. Por fim,
destacamos que a identidade de agricultores familiares se constrói, por um lado, em
continuidade e ruptura com a identidade camponesa; por outro, como meio de valorização
cultural e social, com mínima contrapartida de valorização econômica.
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