Compostagem de efluente suíno como proposta de tratamento de fármacos de uso veterinário
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Data
2018-08-09Primeiro coorientador
López, Diosnel Antonio Rodriguez
Primeiro membro da banca
Silva, Danni Maisa da
Segundo membro da banca
Prestes, Osmar Damian
Terceiro membro da banca
Wolff, Delmira Beatriz
Quarto membro da banca
Machado, Ênio Leandro
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A necessidade de uma solução tecnológica para o tratamento de efluentes suínos contendo medicamentos de uso veterinário está relacionada ao destaque da atividade na região Sul do País, possuindo aproximadamente 21 milhões de cabeças, ou cerca de 50% da produção brasileira. Estes efluentes contribuem significativamente para a geração de impactos ambientais no meio ambiente. A utilização de medicamentos de uso veterinário, principalmente os antibióticos, muitas vezes de forma indiscriminada e sem controle, coloca em risco o equilíbrio ambiental dos locais produtores, pois o animal não absorve por completo estes medicamentos, e uma fração acaba sendo excretada por meio das fezes e urina, inicialmente acumulando-se no efluente. Contudo, o objetivo geral desta tese de doutorado consistiu em avaliar um sistema de compostagem como proposta de tratamento de efluente suíno contaminado com resíduos de antibióticos. O trabalho foi dividido em 3 partes, a primeira, encontra-se o Artigo 1, que consiste na revisão do Estado da Arte sobre o assunto, bem como traz alternativas já desenvolvidas para a mensuração e identificação destes antibióticos por meio de cromatografia líquida. No artigo 2, é mostrado o comportamento de decaimento e degradação de 19 compostos durante os 150 dias de tratamento. A metodologia utilizada para a compostagem foi em escala piloto com a utilização de maravalha de eucalipto, efluente suíno, que foi contaminado com 19 diferentes fármacos de uso veterinário utilizados na produção suinícola. Com isso, iniciou-se o processo de compostagem (150 dias). Deste sistema parâmetros como pH, temperatura, umidade (eram mensurados diariamente), e alíquotas para avaliação microbiológica (bactérias e fungos) e avaliação do decaimento dos fármacos eram retiradas em tempos pré estabelecidos. Os resultados mostraram que a compostagem teve uma taxa satisfatória de degradação superior a 90% dos antibióticos estudados, comprovando a viabilidade da compostagem como técnica de tratamento de resíduos de antibióticos. O artigo, 3, teve como objetivo principal identificar os principais micro-organismos (Bactérias e Fungos) encontrados durante a compostagem. Para isso, amostras foram coletadas e analisadas através da técnica de sequenciamento de nova geração, visando a identificação de DNA nas regiões de 16S RNAr para Bactérias e ITS1 e ITS2 para Fungos. Obteve-se um perfil, além de observar toda a diversidade bacteriana e fúngica que pode estar relacionada a compostagem. Nesta diversidade de micro-organismos, foram obtidos mais de 7 Filos de bactérias e 2 de Fungos, além de identificar mais de 70 gêneros de bactérias e 16 de fungos em diferentes tempos do tratamento. Com isso, busca-se entender o efeito e dinamismo das comunidades de micro-organismos para melhorar os processos de compostagem, bem como avaliar o mecanismo/desempenho de cada espécie na degradação dos contaminantes. Ao final, observou-se que a compostagem possui potencial de tratar efluentes suínos contaminados com fármacos veterinários, devido a diversidade de micro-organismos que estão presentes no processo que possibilitaram a degradação dos fármacos, evitando o lançamento direto em matrizes ambientais (solo e água) reduzindo os impactos ambientais nas regiões produtoras, contribuindo para a produção suína mais sustentável.
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