Agricultura sintrópica como medida mitigadora dos impactos da emergência climática
Resumo
A Emergência Climática constitui um dos maiores desafios da humanidade; em 2021, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou a “Década de Restauração dos Ecossistemas”; definindo o prazo de 2030 para que a espécie humana adote ações concretas para restaurar seus ecossistemas ou lidar com as consequências desastrosas que são previstas pelos cientistas do clima. Dentre os setores que emitem gases de efeito estufa , a indústria alimentícia é o segundo setor que mais emite estes gases, estando atrás somente dos combustíveis fósseis. Nesse contexto, a agricultura sintrópica surge como alternativa ao modelo produtivo atualmente adotado, viabilizando a produção de alimentos e produtos florestais ao mesmo tempo que realiza serviços ecossistêmicos. Trata-se de um modelo produtivo de consórcio entre espécies agrícolas, florestais e/ou animais que reproduz a dinâmica de uma floresta natural, mantendo o equilíbrio do sistema através de interações ecológicas entre seus componentes, diminuindo e, conforme evolui no tempo, dispensando o uso de insumos agrícolas, tornando-se um sistema de ciclo fechado. O presente trabalho é uma revisão bibliográfica em que se utilizaram, para consulta, bases de dados, artigos científicos, testes, dissertações e livros técnicos da área. Os objetivos são analisar a viabilidade da agricultura sintrópica em contribuir para mitigação dos impactos da emergência climática. Os objetivos específicos são: (i) descrever os fatores condicionantes da emergência climática, contextualizando e enfatizando a participação do setor alimentício; (ii) conceituar agroecologia e agricultura sintrópica, (iii) analisar a viabilidade da agricultura sintrópica como alternativa ao modelo vigente de produção alimentícia e (iv) descrever os serviços ecossistêmicos florestais e analisar seu funcionamento em agroecossistemas. Os resultados desta revisão bibliográfica indicam que a agricultura sintrópica tem potencial para ser rentável e ecoeficiente e desempenhar seus serviços ecossistêmicos como sequestro de carbono, recuperação de áreas degradadas e melhoria da fertilidade da água e umidade do ambiente.
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