Atividade antibacteriana in vitro de porfirinas tetracatiônicas frente às bactérias multirresistentes isoladas de infecções tegumentares de animais
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Data
2022-08-26Primeiro coorientador
Vogel, Fernanda Silveira Flores
Primeiro membro da banca
Traesel, Carolina Kist
Segundo membro da banca
Gressler, Letícia Trevisan
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Otites, piodermites e feridas contaminadas são patologias muito comuns em animais de companhia e, frequentemente, estão infectadas e/ou coinfectadas por bactérias resistentes aos antimicrobianos convencionais. O tratamento dessas lesões é um desafio na clínica veterinária e, por isso, novas opções terapêuticas são necessárias no combate desses patógenos. Neste contexto, a terapia fotodinâmica (PDT) tem sido estudada com a finalidade de ser utilizada como um método de inativação de diferentes microrganismos. A PDT consiste no uso de um fotossensibilizador que, quando irradiado pela luz, reage com o oxigênio molecular, gerando espécies reativas de oxigênio, as quais são tóxicas para a célula bacteriana, promovendo a sua inativação. As porfirinas tetracatiônicas 3-H2TMeP e 4-H2TMeP são fotossensibilizadores que se destacam por serem hidrossolúveis, carregadas positivamente (favorecendo sua ligação com a célula bacteriana, carregada negativamente), não mancharem a pele dos animais, e estarem disponíveis comercialmente. Assim, esta dissertação teve como objetivo avaliar a eficácia da PDT in vitro utilizando porfirinas tetracatiônicas frente a bactérias multirresistentes isoladas de lesões superficiais de cães, gatos e equinos, tanto em monocultivos quanto em associações bacterianas (policultivos). Para a avaliação da atividade antibacteriana em monocultivos foram utilizados isolados clínicos de Staphylococcus pseudointermedius, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa e Serratia marcescens com perfil de multirresistência aos antimicrobianos. Soluções dessas bactérias foram incubadas com cada uma das porfirinas em concentração não-citotóxica para células eucariotas (40µM), e expostas à luz por 0, 15 e 30 min para Gram-positivas, e 0, 30, 60 e 90 min para bactérias Gram-negativas, ou mantidas no escuro (controle). Em seguida, a solução foi plaqueada em meios de cultivo, que foram incubados a 37ºC por 24 h, quando foi realizada a contagem das unidades formadoras de colônia (UFC) e comparadas com o controle. A porfirina 4-H2TMeP foi capaz de inativar completamente isolados de S. pseudointermedius e P. aeruginosa, e reduzir significativamente a concentração de E. coli, K. pneumoniae, e S. marcescens. Desta forma, foi selecionada para os ensaios em policultivos e para a avaliação de força atômica. Policultivos de representantes multirresistentes de S. pseudointermedius e P. aeruginosa; E. coli e Proteus mirabilis; P. aeruginosa e P. mirabilis; S. pseudointermedius e E. coli; S. pseudointermedius e P. mirabilis; foram incubados com 40µM de 4-H2TMeP e irradiados nas mesmas condições dos monocultivos, por 0, 30 e 90 min. Houve uma redução significativa nas concentrações bacterianas, inclusive inativando completamente as associações de E. coli e S. pseudointermedius, P. aeruginosa e S. pseudointermedius, P. aeruginosa e Proteus mirabilis. O efeito da PDT sobre a força de adesão na parede bacteriana, indicou fragilidade em Gram-positiva, e maior rigidez em Gram-negativa em relação ao controle. Ambas as alterações dificultam a sobrevivência e multiplicação bacteriana, e indicam que a porfirina interfere na integridade da parede bacteriana. Os resultados obtidos nestes ensaios in vitro demonstraram que a PDT utilizando a porfirina 4-H2TMeP foi eficiente frente a bactérias multirresistentes tanto em culturas puras como em policultivos, e permitem o planejamento de futuros estudos para a validação desta terapia no tratamento de lesões tegumentares de animais.
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