Interfaces entre cuidados paliativos, psicologia e percepções de uma equipe multiprofissional da hemato-oncologia infanto-juvenil
Resumo
Introdução: no Brasil, o câncer ocupa a segunda posição de óbitos de crianças e adolescentes (0 a 19 anos), perdendo para mortes por causas externas, configurando-se como a doença que mais mata no país. Objetivo: compreender os sentimentos e a conduta frente ao sofrimento psíquico da equipe multiprofissional na assistência às crianças e adolescentes com necessidade da abordagem dos cuidados paliativos. Metodologia: o método do estudo teve abordagem qualitativa, do tipo exploratória. Além disso, tratou-se de uma pesquisa-ação estruturada em quatro fases que são: o diagnóstico, a ação, a avaliação e a reflexão. A pesquisa foi desenvolvida em uma unidade oncológica, de atendimento à criança e adolescente, em um hospital universitário, com a participação de 16 profissionais da equipe multiprofissional. A coleta de dados ocorreu a partir do respeito aos aspectos éticos e deu-se por meio de questionários online. Resultados e discussão: os participantes apontaram para diversos sentimentos ao tomarem ciência que determinada criança ou adolescente apresenta uma doença para a qual não há tratamento modificador do curso natural da doença, como impotência, frustração, tristeza, dor, sofrimento e angústia. E como conduta, desvelaram atitudes de autocuidado. Considerações finais: o exercício laboral no referido cenário pode ser gerador de fatores estressores, bem como, acarretar doenças ao que tange a saúde mental dos profissionais. Com isso destaca-se a importância de se estar atento a possíveis sintomas, e também, evidencia-se a imprescindibilidade do autocuidado e projetos psicossociais por parte da instituição.
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