Interferência de adjuvantes e horários de aplicação no espectro de gotas e no desempenho de fungicidas em soja
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Data
2022-08-26Primeiro membro da banca
Pizolotto, Carlos Augusto
Segundo membro da banca
Guedes, Jerson Vanderlei Carús
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Após a deposição sobre as folhas da soja [Glycine max (L.) Merrill] os esporos do fungo
causador da ferrugem-asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) necessitam de temperatura e
umidade ótimas para inicar o processo infeccioso, condições que ocorrem nos estratos mais
baixos das plantas com o fechamento da entrelinha do cultivo. Essa barreira de folhas se torna
um problema, pois fungicidas apresentam baixa translocação nas plantas, sendo necessária uma
maior cobertura do dossel da cultura por meio da pulverização da calda fungicida para aumentar
as chances de controle do patógeno. Para tal, pode-se aumentar a taxa de aplicação por hectare,
o que reduz a eficiência operacional das aplicações, ou diminuir o espectro de gotas empregado
na pulverização. Essa redução, porém, implica no aumento dos riscos de deriva, pois gotas
finas, ou muito finas, possuem maior suceptibilidade de não se depositar no alvo ao serem
arrastadas pelo vento ou evaporarem antes de chegar nas plantas. Além de que, ao longo do dia,
temperaturas altas, baixa umidade relativa e a ocorrência do vento limitam a janela de
pulverização por serem condições que afetam a deposição de gotas. Assim, o uso de adjuvantes
surge como uma alternativa pois estes produtos reduzem o fenômeno da deriva e minimizam
os efeitos de condições ambientais desfavoráveis à pulverização, aumentando a janela de
aplicação, além de melhorar a espalhabilidade das gotas no alvo, por reduzir a tensão superficial
da calda. Logo, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito destes produtos nas características
físico-químicas de caldas fungicidas, a interferência dos horários de pulverização sobre a
deposição das gotas no alvo e o controle da ferrugem-asiática da Soja. Para isso, foram
realizados estudos em condições de campo nos municípios de Santa Maria-RS, Lagoa dos Três
Cantos-RS e Júlio de Castilhos-RS e estudos em condição de laboratório em Santa Maria-RS e
Santo Antônio de Posse-SP. Em laboratório avaliou-se o efeito da adição de adjuvantes na
tensão superficial, pH, viscosidade dinâmica e no espectro de gotas da pulverização de caldas
fungicidas. A campo avaliou-se a resposta de caldas com diferentes adjuvantes no controle de
ferrugem-asiática da soja, no rendimento de grãos da cultura e na deposição da pulverização
para diferentes horários de aplicação durante o dia (7, 10, 13, 16, 19 e 22h). Os resultados
mostraram que a adição de adjuvantes reduziu a tensão superficial das caldas fungicidas, já as
alterações no pH e na viscosidade dinâmica foram pouco evidentes ou nulas. Os efeitos dos
adjuvantes na pulverização de caldas fungicidas depende da interação dos produtos adicionados
nas caldas com o modelo da ponta empregada na operação. Os benefícios da utilização de
adjuvantes alternativos associados aos adjuvantes recomendados não foram conclusivos. A
utilização de adjuvantes nas caldas de pulverização não aumentou a deposição nos estratos
inferiores da cultura. O melhores horários para deposição de produtos fitosanitários nos estratos
inferiores das plantas de soja foram aqueles onde a arquitetura e o posicionamento de folhas da
planta favoreceram a penetração de gotas no dossel, destacando-se os horários entre 10 e 13
horas, onde os maiores índices de deposição não resultaram necessáriamente em maiores
produtividades.
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