Influência do estresse nutricional e do marcador molecular BMS3004 na indução da ovulação pós-parto em vacas de corte
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Data
2002-02-20Primeiro membro da banca
Pimentel, Cláudio Alves
Segundo membro da banca
Deschamps, João Carlos
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Inicialmente, objetivou-se comparar a eficiência de um programa hormonal associado ao desmame temporário por 96 horas, na indução do estro e da ovulação, com o desmame definitivo aos 60 dias em vacas de corte. Foram utilizadas 181 vacas amamentando, das raças Charolês (C), Nelore (N) e suas cruzas recíprocas, as quais foram genotipadas como homozigotas (HOM) ou heterozigotas (HET) para o microssatélite (STR) BMS3004, que está localizado no mesmo cromossomo do gene que codifica para a cadeia do hormônio luteinizante (LH). No dia 0 (entre 60 e 80 dias pós-parto), as vacas foram distribuídas em dois grupos. No grupo indução hormonal (IH), as vacas (n= 87) receberam um pessário intra-vaginal (PIV) contendo 250mg de acetato de medroxiprogesterona (MAP). No dia 1, foram aplicadas (im) 2,5mg de benzoato de estradiol (BE) e, no dia 7, 500UI (im) de gonadotrofina coriônica eqüina (eCG). No dia 8, os PIV foram retirados e os terneiros desmamados por 96 horas. Também no dia 8, as vacas (n=96) do outro grupo foram unicamente submetidas ao desmame definitivo precoce (grupo DP). Após, procedeu-se 4 dias de observação de cios e inseminação artificial (IA) e, então, foram entouradas. As vacas do grupo IH foram desmamadas definitivamente 26 dias após o período de IA. O primeiro diagnóstico de gestação (DG) foi realizado 60 dias após o período de IA e, o segundo, 60 dias após o final do entoure. No dia 0, as vacas apresentaram condição corporal (CC) entre 2,0 e 3,5 (escala de 1 a 5) e índice corporal (IC) entre 47 e 73. As taxas de estro foram maiores nas vacas do grupo IH em relação as do grupo DP. As vacas com CC 2,5 e CC 3,0 apresentaram menores (P<0,05) percentuais de prenhez ao 1ºDG no grupo IH (29,6% e 46,4%) em relação ao grupo DP (56,0% e 72,2%). Os percentuais de prenhez das vacas com IC 65-73 não diferiram (P>0,05) entre os grupos IH e DP. As vacas N do grupo IH, apresentaram menor (P<0,05) percentual de prenhez ao 1ºDG que as ½ sangue (27,7% vs. 64,2%), mas não diferiram (P>0,05) em relação as C (40,0%). No grupo IH, o percentual de prenhez ao 2ºDG foi menor (P<0,05) nas vacas HOM do que nas HET. Nesse experimento, o desmame definitivo, em média, aos 70 dias pós-parto, mostrou-se mais eficaz no incremento dos percentuais de prenhez. A partir desses resultados, outro experimento foi realizado com o objetivo de desenvolver um programa para indução da ovulação e inseminação em vacas de corte amamentando, em estresse nutricional. Entre 60 e 75 dias pós-parto (dia 0), um total de 137 vacas foram classificadas de acordo com sua CC e distribuídas em dois grupos. No grupo Indução Hormonal (IH), as vacas (n=71) receberam um PIV com 250mg de MAP e 2,5mg de BE (im). No dia 6, foram injetadas (im) 500UI de eCG e os terneiros foram desmamados por 96 horas. No dia seguinte (dia 7), os PIV foram removidos. As vacas que demonstraram estro até 45 horas após a remoção dos PIV foram inseminadas 12 horas após a detecção do estro. Nas demais, foram aplicadas (im) 100g de GnRH e, entre 16 a 18 horas, efetuada a IA pré-fixada. No grupo controle (C), as vacas (n=66) unicamente tiveram seus terneiros desmamados a partir do dia 6, por 96 horas. O DG foi realizado, em média, 54 dias após o período de IA. No dia 0, todas as vacas estavam em estresse nutricional (CC entre 2 e 3). No grupo IH, as taxas de estro e prenhez das vacas com CC2,0 (respectivamente, 20,0% e 30,0%) foram menores (P<0,05) do que aquelas com CC3,0 (50,0% e 66,6%), mas não diferiram (P>0,05) das com CC2,5 (23,8% e 47,6%). No grupo C, apenas 2 de 64 vacas demonstraram estro e foram inseminadas, mas não resultaram prenhes. Esses resultados demostram que o programa para indução da ovulação contendo progestágeno, BE, eCG e GnRH, associado ao desmame temporário por 96 horas, aumenta a taxa de prenhez em vacas de corte que se encontram em estresse nutricional entre 60 e 75 dias pós-parto, mediante três dias de IA.
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