Fragmentação identitária no romance “O caso Morel”, de Rubem Fonseca
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Data
2022-07-20Primeiro membro da banca
Calegari, Lizandro Carlos
Segundo membro da banca
Berned, Pablo Lemos
Metadata
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O presente trabalho tem por objetivo analisar elementos de identidade no romance O caso
Morel (1995), de Rubem Fonseca. Para isso, em um primeiro momento, traçaram-se algumas
características importantes do contexto histórico em que o romance foi escrito, ademais de
realizar uma reflexão quanto à configuração social em nível mundial e de Brasil nesse
período. Tal discussão teve como objetivo entrelaçar o contexto de produção da época com a
fragmentação do romance e identificar possíveis diálogos com o período em que o texto foi
produzido. Em um segundo momento, teceram-se algumas considerações sobre o pósmodernismo, período em que o romance foi produzido e recebido pelo público e pela crítica.
Assim, as teorias de Fredric Jameson (1997), Jean-François Lyotard (2009), Linda Hutcheon
(1991), Sérgio Rouanet (1987), Zygmunt Bauman (2005) e Stuart Hall (2006) foram
escolhidas por considerar-se que suas pesquisas sobre a pós-modernidade e identidade
convergem com a estrutura fragmentária do romance em estudo. Em um terceiro momento,
analisou-se a composição fragmentária dos narradores através dos planos narrativos que se
intercalam no texto, seguida da análise dos laços sociais e íntimos estabelecidos,
principalmente, pelo narrador-personagem do romance. Em seguida, explorou-se como os
espaços e tempos são utilizados na narrativa pelos protagonistas para estabelecer elos com
seus projetos identitários. Por último, observou-se como a forma e a estrutura do romance
dialogam e reforçam a fragmentação da voz narrativa, dos laços sociais, do espaço e do tempo
através de rupturas, falta de linearidade, citações e hibridismo genérico dos planos narrativos.
Por fim, a pesquisa retrata que os personagens Morel, do primeiro plano narrativo, e Vilela,
do segundo plano narrativo, representam a provisoriedade e fragmentação identitária do
homem da pós-modernidade. Os resultados apontam que o romance O caso Morel, de Rubem
Fonseca, desconstrói, reconstrói e depois rompe com a própria estrutura do texto, expondo
que a ficção pós-moderna objetiva problematizar a referência, que resulta na fragilização de
sentidos, na fragmentação da poética e na fragmentação identitária.
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