Caracterização de vinhos produzidos na região central do Rio Grande do Sul
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Data
2022-12-02Primeiro coorientador
Brunetto, Gustavo
Primeiro membro da banca
Sautter, Cláudia Kaehler
Segundo membro da banca
Girardello, Raul Cauduro
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A localização de cultivo tem influência sobre as características enológicas e sensoriais dos vinhos e atualmente se encontram poucos relatos sobre os vinhos produzidos na Região Central do RS. Esse estudo teve como objetivo realizar a caracterização físico-química, fenólica e mineral de vinhos comerciais produzidos nesta região e avaliar se existem correlações entre a caracterização com as condições climáticas da região. Foram avaliadas as características físico-químicas (graduação alcoólica, açúcares redutores totais, acidez total e volátil, pH, e tonalidade e intensidade de cor) e compostos fenólicos e antocianinas totais de 25 vinhos comerciais produzidos na Região Central do RS nas safras de 2018, 2019 e 2020. Também foram determinados os minerais nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, manganês, cobre, zinco e ferro. Foram utilizados os dados referentes a temperatura do ar horária, precipitação horária e radiação solar horária dos meses de dezembro a março de 2017 a 2020. Os resultados foram submetidos à análise de variância seguido por teste T de student ou teste de Tukey (p<0,05) e correlação de Pearson. Todos os vinhos foram classificados como vinhos finos secos, apresentando baixo teor de açúcares redutores totais, entre 0,14 e 1,04 g/L, e graduação alcoólica entre 11,3 e 13,9%. Além disso, para pH, acidez total e volátil, todos os vinhos se apresentaram dentro dos parâmetros da Legislação Brasileira, com exceção de dois vinhos da safra de 2020, provenientes da mesma vinícola, que apresentaram acidez volátil acima do permitido. Os vinhos apresentaram alta intensidade de cor e a tonalidade de cor foi menor nos vinhos da safra de 2020, evidenciando a evolução da cor da bebida. O teor de compostos fenólicos e de antocianinas foi bastante heterogêneo, influenciado pelas cultivares e pela safra. Em relação ao conteúdo mineral, os vinhos da Região Central apresentaram teores de nitrogênio e manganês intermediários; teores altos de fósforo, potássio e magnésio; e teores baixos de cálcio e zinco. Os minerais ferro e cobre apresentaram teores muito baixos, sendo o último dentro dos parâmetros exigidos pela Legislação Brasileira para contaminantes inorgânicos do vinho. Foram observadas correlações entre as características físico-químicas e antociânicas dos vinhos Malbec e Merlot 1 e as variáveis climáticas. De forma geral, a força das correlações obtidas foi diferente para as duas cultivares. Além disso, as variáveis climáticas dos meses de fevereiro e março foram as que se apresentaram mais correlacionadas com as características físico-químicas e fenólicas dos vinhos. Pôde-se concluir que tanto o fator cultivar e/ou corte, quanto o fator safra, tiveram efeito sobre as características físico-químicas e minerais dos vinhos comerciais produzidos na Região Central do Rio Grande do Sul. Ainda, apesar de terem sido observadas correlações fortes, não foi possível estabelecer relações de causalidade entre as variáveis.
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