Este estudo teve por objetivo investigar quais concepções sobre a leitura e a escrita iniciais são construídas pelas professoras alfabetizadoras e como elas consolidam estes conhecimentos no seu diaa- dia em sala de aula, conseqüentemente qual a repercussão dessa prática na maximização da aprendizagem dos seus alunos, a partir dos estudos de Bolzan (2001, 2002;2003,2004). A investigação se construiu a partir de um estudo qualitativo narrativo, fundamentado nas falas das professoras alfabetizadoras. A escolha desta abordagem foi feita por acreditar que é através das trocas em um processo de interação, que as professoras têm oportunidade para colocar suas idéias, seus pensamentos, discutir e refletir sobre a realidade na qual estão vivendo, possibilitando assim compreender as trajetórias de formação e atuação de cada uma delas. A pesquisa iniciou-se a partir das observações das aulas em classes de alfabetização e, posteriormente, através de entrevista semi-estruturadas e conversas informais sobre o que as professoras alfabetizadoras acreditam ser relevante conhecer para realizar um trabalho de leitura e de escrita em suas classes, e a partir daí analisar qual a repercussão dessas concepções em suas práticas pedagógicas. Os achados de pesquisa possibilitaram apresentar algumas idéias sobre as práticas pedagógicas das professoras com relação ao processo de construção da leitura e da escrita iniciais, ficando evidente que as atividades de alfabetização estão centradas numa visão tradicional de educação, na qual o papel do professor é ensinar o aluno a desenvolver habilidades para decifrar o código escrito. Ao longo da pesquisa pode-se evidenciar uma maior disponibilidade e interesse por parte das professoras em aceitar estudos teóricos que venham a contribuir para uma prática pedagógica baseada na construção e na interação social, mas ainda não se observa a efetivação desta mudança em seus fazeres.