Antropometria tridimensional da face: novas alternativas de captura e processamento de imagens 3D
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Data
2022-12-13Primeiro coorientador
Dotto, Gustavo Nogara
Primeiro membro da banca
Scapini, Fabrício
Segundo membro da banca
Lavinski, Michelle
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Mostrar registro completoResumo
As cirurgias estéticas da face são procedimentos com alto grau de complexidade, sendo a Rinoplastia uma das cinco cirurgias mais realizadas no mundo. A avaliação clínica pré-operatória, juntamente com a análise estética e antropométrica facial, são imprescindíveis para um resultado satisfatório e possibilita o alinhamento das expectativas entre o paciente e o cirurgião. A antropometria tridimensional (3D) tem se mostrado um método efetivo e seguro para a aferição de medidas faciais. Entretanto, o custo elevado dos sistemas de captura 3D mais difundidos e validados e a exigência de anuidade são exemplos das causas que distanciam e inibem os cirurgiões a incorporar na prática clínica esse tipo de tecnologia. Para que haja uma difusão do método, faz-se necessário a utilização de uma forma de captura de baixo custo, portátil e de fácil uso. Este trabalho teve por objetivo estabelecer e executar um protocolo de avaliação epidemiológica e de captura de imagens tridimensionais (3D) da face para potencial uso na análise antropométrica 3D e, também, verificar a fidedignidade das imagens capturadas, a qualidade dos diferentes modos de captura e a relevância na prática clínica. Para este trabalho foram geradas imagens 3D da face dos pacientes selecionados através do uso de diferentes tecnologias: a fotogrametria no software de código aberto Blender e seu add-on OrtogOnBlender (OOB), a reconstrução 3D de imagens de Tomografia Computadorizada (TC) de seios da face e o escaneamento por infravermelho disponível no smartphone pelo aplicativo Scandy Pro. Foram realizadas três sessões fotográficas sequenciais (Sessão A, B e C) e três sessões de escaneamento facial (Sessão D – Fase 1, 2 e 3), com a produção de sete malhas 3D faciais dos participantes, sendo a malha de referência a de superfície de partes moles da TC. A análise comparativa das malhas 3D teve como base o algoritmo ICP (Iterative Closest Point) implementado por meio do software de código aberto Cloud Compare. Estes resultados foram analisados por quatro especialistas com experiência no tema e por um dos desenvolvedores do OOB. A amostra totalizou 19 pacientes, maioria do sexo feminino, que tinham como sintoma mais comum a obstrução nasal e a insatisfação estética com o perfil do nariz. A fotogrametria do software Blender com maior número de fotos (sessão C) teve melhor resolução, maior similaridade com a malha 3D referência e mais satisfatória de acordo com os especialistas. O desenvolvedor do OOB recomendou a realização das capturas conforme o protocolo oficial da ferramenta, destacando que a iluminação constante, a distância focal adequada e a número de fotografias são alguns dos aspectos imprescindíveis para um bom resultado da fotogrametria. O escaneamento facial com aplicativo Scandy Pro gerou malhas com maior densidade de pontos, porém sem diferença significativa com os demais pareamentos. A maioria das distâncias médias entre as nuvens de pontos capturadas e a referência da TC foram menores do que 1,5mm, conferindo, assim, compatibilidade entre as malhas. Portanto, os métodos de fotogrametria e escaneamento facial tem grande potencial para o uso clínico, mas são necessários mais estudos para definição de precisão, acurácia e validação científica dos métodos.
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