A continuidade das redes de instituições estruturantes de saúde durante a inércia da Unasul: a ação das comunidades epistêmicas na RINS, RESP e RETS
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Data
2023-02-06Primeiro membro da banca
Hoffmann, Andrea Ribeiro
Segundo membro da banca
Dri, Clarissa Franzoi
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta pesquisa questiona como e porque a Rede de Institutos Nacionais de Saúde (RINS), a Rede
de Escolas de Saúde Pública (RESP) e a Rede de Escolas Técnicas de Saúde (RETS) da União
de Nações Sul-Americanas (Unasul) foram mantidas e expandidas durante o contexto de inércia
dessa instituição regional e se tornaram redes e plano de ação latino e ibero-americanos: Rede
IANPHI LatAm, RESP-AL, RETS-AL e RIETS. A hipótese para tanto é baseada nas
expectativas de Peter Haas sobre a sustentabilidade que as comunidades epistêmicas conferem
aos seus empreendimentos políticos compartilhados. Nesse sentido, a hipótese abordada é que
a condição dos participantes das redes como membros de uma comunidade epistêmica nascida
no Brasil, que era uma liderança no setor de saúde na América Latina, tenha motivado a
manutenção e expansão. Para verificar essa hipótese, esta pesquisa tem como método de
abordagem o hipotético-dedutivo e é efetivada através de estudo de caso histórico, cujas
evidências foram colhidas através de revisão bibliográfica e documental e de entrevistas
semiestruturadas, e processadas através de rastreamento de processos. Como resultado, o
processo de manutenção e expansão das redes passou a ser melhor definido como
ressignificação, visto que o formato de redes de instituições estruturantes de saúde continuou,
mas as novas redes têm características diferentes das redes da Unasul, principalmente os
critérios de membresia, o alinhamento geopolítico, a definição da agenda e os recursos
financeiros. A existência de uma comunidade epistêmica que se estende entre representantes de
instituições brasileiras nas três redes da Unasul e nas redes e plano ressignificados, foi
confirmada. A comunidade, contudo, é mais bem delimitada como sendo vinculada à Fiocruz,
do que ao Brasil de maneira geral. O principal empreendimento político compartilhado pela
comunidade é a cooperação estruturante de saúde (CES). A CES é entendida tanto como modelo
de cooperação, quanto como visão de saúde pública. Como visão de saúde pública, ela descende
da evolução de outros empreendimentos defendidos por gerações anteriores dessa comunidade
ao longo do tempo e dos níveis regional e nacional (medicina preventiva, medicina social e
saúde coletiva). A hipótese trabalhada foi parcialmente confirmada, pois a maioria das redes
foram ressignificadas devido a escolhas institucionais de diferentes unidades da Fiocruz e
escolhas pessoais decorrentes do engajamento dos membros da comunidade epistêmica com o
trabalho em rede. A Rede IANPHI LatAm, por sua vez, surgiu da construção de redes regionais
pela IANPHI, ainda no começo do contexto de inércia da Unasul, sendo favorecida pelos laços
anteriores na RINS. Além disso, a experiência da comunidade epistêmica de CES nas redes
pôde prover algumas lições sobre as características do regionalismo pós-hegemônico, a
abordagem das comunidades epistêmicas e o estudo da efetivação do direito humano à saúde
na América Latina e no Terceiro Mundo.
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