Avaliação da alanilglutamina e choque térmico na indução de HSP70 na cóclea como potencial terapêutico em ratos
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Data
2022-11-04Primeiro coorientador
Heck, Thiago Gomes
Primeiro membro da banca
Lavinsky, Joel
Segundo membro da banca
Hermann, Juliana Sato
Terceiro membro da banca
Santos Filha, Valdete Alves Valentins dos
Quarto membro da banca
Patatt, Fernanda Soares Aurélio
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A perda auditiva é a mais prevalente desordem sensorial, com crescimento global e impacto na vida
das pessoas, sendo a Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR) a maior causa evitável de perda
auditiva sensorioneural. Diante de situações de estresse coclear, como na exposição ao ruído e
ototoxicidade, há aumento na expressão de proteínas de choque térmico de 70kDa (HSP70) em
diversas células da orelha interna, com intuito de citoproteção e diminuição do estresse oxidativo
coclear, a fim de evitar o dano auditivo. Alguns agentes têm sido evidenciados, como potenciais agentes
de otoproteção pela capacidade de indução coclear de HSP70, como o choque térmico,
condicionamento sonoro e a geranilgeranilacetona. Neste sentido, a alanilglutamina potencializa a
indução de HSP70 em vários tecidos, demonstrando mecanismos anti-inflamatórios em cócleas após
exposição ao ruído. Este trabalho teve como objetivo avaliar se a alanilglutamina e o choque térmico
induzem HSP70 em diferentes regiões cocleares e avaliar se alanilglutamina possui efeitos de proteção
auditiva em avaliação pelo Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) e a histologia
coclear. Para isso, desenvolvemos 2 estudos experimentais. O primeiro estudo experimental realizou
a avaliação de indução coclear de HSP70 pela alanilglutamina e choque térmico, sendo utilizadas 6
ratas Wistar, divididas igualmente em três grupos: controle, submetidas a choque térmico em todo corpo
a 42 °C e tratadas com administração única de alanilglutamina à 1,5 g/kg. Após 6 horas, os animais
foram eutanasiados e suas cócleas coletadas para análise imuno-histoquímica de HSP70. O segundo
estudo experimental demonstrou o efeito da alanilglutamina na proteção auditiva frente a exposição ao
ruído, sendo utilizadas 15 ratas Wistar divididas em grupos controle, expostas ao ruído, e tratadas com
alanilglutamina e expostas ao ruído. Após 6 horas do tratamento, os animais foram expostos a ruído
branco à 124 dB NPS por 2 horas (grupos Ruído e Alanilglutamina). O PEATE foi realizado antes de
qualquer intervenção, 1 dia (avaliação da perda auditiva temporária) e 14 dias (avaliação da perda
auditiva permanente) após exposição ao ruído. Após último PEATE, os animais foram eutanasiados
para análise histológica da orelha interna. A Alanilglutamina e o choque térmico demonstraram aumento
da expressão de HSP70 nas células ciliadas da cóclea, gânglio espiral e estria vascular em comparação
ao grupo Controle. Além disso, o no grupo tratado com alanilglutamina e exposto ao ruído, a
recuperação auditiva, entre o primeiro e 14º. dia após exposição ao ruído, foi maior em comparação ao
grupo exposto ao ruído sem intervenção (22,5 dB NA vs. 9 dB NA, respectivamente). Adicionalmente,
o PEATE demonstrou latência de onda P4 menor do grupo tratado com alanilglutamina quando
comparado ao grupo exposto ao ruído e na análise histológica, a densidade de neurônios do gânglio
espiral no grupo Alanilglutamina foi maior que o grupo Ruído. Frente a isso, concluímos que a
alanilglutamina e o choque térmico podem ser potenciais agentes terapêuticos em otoproteção, via
indução de HSP70, criando um campo para futuros estudos na preservação auditiva
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