Análise dos serviços de assistência farmacêutica nos municípios da 27ª região de saúde do Rio Grande do Sul
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Data
2023-02-06Primeiro coorientador
Flores, Liziane Maahs
Primeiro membro da banca
Gossenheimer, Agnes Nogueira
Segundo membro da banca
Bayer, Valéria Maria Limberger
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A Assistência Farmacêutica (AF) envolve um conjunto de etapas que visam manter o
acesso aos medicamentos e promover a racionalidade do uso. Os serviços
farmacêuticos incluem atividades gerenciais, com enfoque logístico, e atividades
clínicas, que compreendem ações de educação com a equipe de saúde e a
comunidade, além da assistência direta prestada aos pacientes. As ações devem
estar integradas entre si e articuladas aos demais serviços de saúde. O objetivo do
estudo foi analisar a execução das ações de AF nos doze municípios da 27ª Região
de Saúde do Rio Grande do Sul e, através da percepção de atores-chave,
caracterizar a gestão e a estruturação da AF, além de compreender os desafios e
avanços para consolidação dos serviços gerenciais e clínicos. Foi realizado um
estudo transversal em que a fonte de informação foram profissionais e gestores do
Sistema Único de Saúde (SUS) em âmbito municipal. A coleta de dados ocorreu de
junho a dezembro de 2021, por meio de entrevistas remotas individuais, com
aplicação de questionários semiestruturados. Os dados foram analisados de forma
quantitativa, a partir de frequências absoluta e relativa, e quali-quantitativa, com
emprego da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Os resultados apontaram para
uma realidade heterogênea, alguns municípios destacaram-se positivamente, pois o
farmacêutico está envolvido na elaboração dos instrumentos de gestão, existe
integração desse profissional com as atividades colaborativas na Atenção Primária
em Saúde e são ofertadas atividades assistenciais do Cuidado Farmacêutico. De
acordo com os relatos de farmacêuticos que realizam atendimento individual e
demais evidências da literatura, através dessa atividade é possível detectar
problemas associados ao uso da farmacoterapia, por isso, a ausência de serviços
clínicos leva ao desconhecimento de tais falhas. Apesar dos avanços, a entrega
rápida dos medicamentos é uma realidade em alguns locais. Garantir o acesso é
essencial para o SUS, no entanto, somente a disponibilidade do medicamento é
insuficiente para o Uso Racional de Medicamentos (URM), por isso os serviços
farmacêuticos devem ser reconhecidos como integrantes do processo de cuidado.
Os desafios que comprometem a promoção do URM incluem a escassez de
profissionais que atuam na AF, a ambiência inadequada, a capacitação insuficiente
e a visão de profissionais, gestores e usuários com foco no medicamento. Os
municípios também enfrentam déficits orçamentários que demandam gestão mais
eficiente dos recursos da saúde. Conclui-se que a reorganização dos serviços
farmacêuticos suscita o reconhecimento de barreiras existentes, o que serve de
incentivo aos gestores e para a articulação do farmacêutico nos demais serviços de
saúde e no planejamento das ações.
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