Tipificações da instituição do divórcio sob as lentes do jornal Folha de S. Paulo entre 1970-1980
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Data
2023-03-24Primeiro membro da banca
Oliveira-Cruz, Milena Carvalho Bezerra Freire de
Segundo membro da banca
Roso, Adriane Rubio
Terceiro membro da banca
Moraes, Ana Luiza Coiro
Quarto membro da banca
Cougo, Laura Hastenpflug Wottrich
Quinto membro da banca
Moraes , Ana Luiza Coiro
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente pesquisa questiona como se constroem as tipificações sobre a instituição do
divórcio no jornal Folha de S. Paulo por meio das mediações entre a cultura vivida e a
registrada. Temos, então, como objetivo geral analisar como o jornal Folha de S. Paulo
medeia a representação e construção das tipificações do divórcio em suas reportagens
veiculadas entre 1970 e 1980 em relação à cultura vivida e registrada. Como específicos,
pretendemos: mapear os elementos do contexto histórico, político, econômico e social do
feminismo global e brasileiro e da instituição do divórcio, presentes durante a veiculação das
reportagens; observar elementos narrativos formadores do discurso nas reportagens analisadas
a fim de verificar como o divórcio foi retratado, se foi reforçado e/ou silenciado, bem como se
teve um posicionamento contrário às reivindicações feministas; e identificar as tipificações da
instituição do divórcio no jornal Folha de S. Paulo. Para isso, buscamos, através da elaboração
de um percurso metodológico próprio, com base na perspectiva teórica dos estudos culturais,
observar nosso objeto através de duas grandes instâncias: cultura vivida e cultura registrada
inspiradas por proposições de Johnson (2006). Essas duas instâncias são constantemente
mediadas, segundo Williams (1979), Martín-Barbero (1997) e Orozco Gómez (1997) e, assim,
atuam como interpretantes de tudo àquilo que passa entre elas, o que, resultaria nas
tipificações (WILLIAMS, 1979) da instituição do divórcio no Brasil. Podemos perceber que
as lutas das mulheres por reconhecimento são constantes e perpassam os séculos, afinal, a
paridade de gênero ainda não é uma realidade, especialmente no Brasil. E, nas 27 reportagens
analisadas por meio do método da Análise de Conteúdo, compilada por Laurence Bardin
(2011), encontramos doze categorias, nas quais ficam evidentes que as representações
midiáticas de gênero são firmadas sobre ideias, sentidos e estereótipos que perpassam
gerações, sendo frequentes temas que ligam a mulher ao masculino, como se elas não
pudessem pedir a separação, pois não conseguiriam sobreviver sem um homem ao seu lado.
Após essas categorizações, encontramos três tipificações: manutenção do vínculo, dissolução
do vínculo e cultura da tradição seletiva, as quais são construídas por meio de um cotejamento
entre ideias, valores e crenças oriundos da cultura vivida e registrada.
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