Trançando conexões em Moçambique: uma etnografia com mulheres de Maputo e suas apropriações das tecnologias digitais
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Data
2023-04-14Primeiro membro da banca
Sanveca, Leonilda
Segundo membro da banca
Souza, Cristiane Santos
Terceiro membro da banca
Archambault, Julie Soleil
Quarto membro da banca
Barros, Carla Fernanda Pereira
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente pesquisa é um estudo etnográfico com mulheres da cidade de
Maputo, sobre suas apropriações das tecnologias digitais. Como objetivo geral,
busco analisar como as mulheres moçambicanas, residentes na cidade de
Maputo, se apropriam das tecnologias digitais, de forma a identificar como o
acesso aos smartphones, à internet, aos aplicativos e as mídias sociais, se
configura a partir de suas práticas de consumo e de suas rotinas. Além disso, os
objetivos específicos da tese são: investigar as estratégias de apropriação das
tecnologias que são acionadas pelas mulheres no campo de pesquisa; analisar
aspectos específicos das vidas das interlocutoras, para examinar como as
diferentes plataformas digitais integram seus cotidianos; e compreender se o
gênero feminino normativa determinados usos e formas de comunicar nas
mídias sociais e nos aplicativos. Como referencial teórico a pesquisa aborda,
principalmente, estudos sobre etnografia, sobre gênero, sexualidade e família;
estudos relacionados ao consumo de tecnologias, internet, smartphones, mídias
sociais e aplicativos; estudos sobre religião e outros; sempre associando
pesquisas globais com pesquisas realizadas em Moçambique e no continente
Africano. Esta tese utiliza as tranças e os trançares das mulheres moçambicanas
como narrativa para explicar o desenvolvimento da pesquisa: desde conhecer os
trançares, começar a trança pela raiz, chegando até os acabamentos. Ao longo
da pesquisa, que iniciou com trabalho de campo presencial, em agosto de 2019,
e passou para um segundo momento de etnografia para a internet (HINE, 2015),
entre os anos de 2020 e 2023, foram realizadas observação participante,
observação nas mídias sociais e entrevistas em profundidade (presencialmente
e através das plataformas Google Meet e WhatsApp). Entre diferentes trançares
e conexões, as tecnologias digitais se integram ao cotidiano das interlocutoras
da pesquisa, se mostrando fundamentais para a ampliação de suas
sociabilidades, manutenção de suas relações familiares, para a vivência de suas
identidades e sexualidades, para a propagação de sua fé, para a realização de
seus estudos, para a ampliação de renda e de espaços de trabalho e para a
atualização de práticas de consumo. A pesquisa mostra, ainda, que há uma
diferença de gênero no acesso à tecnologia; que o gênero feminino normativa
determinados usos (e não usos) dos smartphones, assim como regula formas de
comunicar e ser nas mídias sociais e nos aplicativos.
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