“Se segura que ainda falta muito mais”: o discurso em torno dos 100 primeiros dias e do primeiro ano do governo Bolsonaro em Isso a Globo não mostra
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Data
2022-02-04Primeiro membro da banca
Sbardelotto, Moisés
Segundo membro da banca
Kroth, Maicon Elias
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No contexto da sociedade em midiatização, marcada pelas processualidades da circulação,
vários discursos despontam e circulam em diferentes plataformas digitais, tornando o
mapeamento de suas marcas um movimento necessário para a compreensão dos fenômenos
sociais e midiáticos na contemporaneidade. A partir dos conceitos de midiatização,
fundamentados, especialmente, nas contribuições de Martino (2018), Gomes (2016), Verón
(2014; 2004) e Mata (1999); e de circulação, com base, essencialmente, nas ideias de Fausto
Neto (2018a) e Braga (2017a; 2017b); e metodologicamente amparado na semiologia dos
discursos apresentada por Verón (2004), este estudo analisa o quadro Isso a Globo não Mostra
(IAGNM) a partir do seguinte questionamento: que marcas discursivas constroem a crítica
produzida pelo quadro IAGNM em relação à postura do governo de Jair Bolsonaro? Tendo em
vista as observações preliminares, atentou-se para o fato de que a atração é estruturada a partir
de diversos interdiscursos. Com base nisso, o objetivo principal desta pesquisa é analisar quais
marcas discursivas constroem a crítica produzida pelo quadro IAGNM em relação à postura do
governo de Jair Bolsonaro nas edições alusivas aos primeiros 100 dias e ao primeiro ano de seu
governo. Em relação aos objetivos específicos, tem-se: 1) identificar, nas duas edições, marcas
discursivas relacionadas à postura do governo de Jair Bolsonaro; 2) mapear informações em
plataformas digitais que estão relacionadas ao que é dito nessas duas edições com vistas a
compreender as interdiscursividades construídas; 3) comparar, nas duas edições, marcas
discursivas das referências à postura do governo de Jair Bolsonaro. A partir de um levantamento
realizado nas 54 edições de IAGNM, foram selecionadas duas edições que se apresentaram
singulares do ponto de vista histórico, por tematizarem os primeiros cem dias e o primeiro ano
de governo de Bolsonaro. Os episódios selecionados foram descritos e, concomitantemente,
com a ajuda do buscador Google, as referências citadas foram sendo incorporadas à descrição
para ajudar na construção dos sentidos. A partir das descrições, foram identificadas marcas
discursivas que apontam para distintas críticas à postura do governo federal. Para melhor
sistematização da análise, foram criadas três categorias: ironia, sarcasmo e contradições. Com
isso, foi possível perceber que os modos de dizer apontam para interdiscursividades de várias
ordens, tais como referências a ditos de distintas fontes, temporalidades e gêneros (informativo,
ficcional), o que remete à complexidade dos discursos e das semioses.
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