Estabilidade de agregados e matéria orgânica em solos de elevado teor de areia na Depressão Central Sul-Riograndense frente ao aumento de temperaturas
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Data
2023-05-26Primeiro membro da banca
Sccoti, Anderson Augusto Volpato
Segundo membro da banca
Petsch, Carina
Terceiro membro da banca
Watanabe, Michel
Quarto membro da banca
Becker, Elsbeth Léia Spode
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Em vista da suscetibilidade natural à erosão dos solos predominantes na região da Depressão Central Sul-riograndense, este estudo teve como objetivo investigar as relações entre o aumento de temperaturas associadas a mudança climática e a possível intensificação de processos erosivos sobre estes solos buscando melhor entender o prognóstico deste quadro. Fundamentado nas relações entre a matéria orgânica e a estabilidade de agregados, tendo esta última como parâmetro da erodibilidade, este estudo procedeu avaliações preliminares expeditas de três amostras e incubações de duas amostras, predominantemente arenosa e argilosa, respectivamente. Nas avaliações preliminares, submeteu-se amostras a diferentes condições ambientais como Casa de Vegetação e Geladeira por 70 dias para posteriormente aplicar a avaliação metodológica do índice de estabilidade de agregados em água e do teor de matéria orgânica, através da determinação do carbono total do solo por ignição, antes e após o tratamento. Com isso, testou-se a metodologia proposta e contribuiu-se com assertivas relevantes. Posteriormente, iniciou-se o tratamento térmico propriamente dito, a incubação, proposto para simular a ação das condições de elevação de temperaturas associadas a mudanças climáticas sobre as amostras em caixa térmica construída especificamente para o tratamento. Ciclos diários de temperaturas de um solo degradado do sudoeste gaúcho durante o mês de janeiro a 10 cm de profundidade, oscilando entre 28°C a 35°C, obtido na literatura, foi assumindo como um quadro de temperaturas elevadas para testar a hipótese onde, sob tais condições climáticas, a matéria orgânica, principal agente cimentante da estrutura dos solos arenosos, seria afetada e também o seria a suscetibilidade a erosão. Dessa forma, as análises de matéria orgânica e da estabilidade de agregados foram feitas imediatamente após a coleta das amostras e ao longo do tratamento térmico de incubação durando aproximadamente 120 dias. Por discrepâncias nos resultados da matéria orgânica, o ensaio do tratamento térmico foi repetido uma segunda vez. Porém estes resultados reapareceram mesmo no segundo experimento sendo assumidos como característicos desta avaliação. Assim, as avaliações preliminares concluíram que restrições ambientais à ação microbiana sobre a matéria orgânica, como estiagens, podem não intensificar os processos erosivos relativos à estabilidade de agregados. Já as incubações, mesmo com as discrepâncias da matéria orgânica, concluíram que o transcorrer do tempo sob ação térmica aumentou consideravelmente a suscetibilidade à erosão nas amostras arenosas enquanto as amostras argilosas não se apresentam tão vulneráveis ao tratamento térmico, embora apresentem certo decréscimo na estabilidade de agregados ao final dos tratamentos. Assim, o estudo proposto conclui que o aumento de temperaturas, caso haja umidade, intensifica os processos erosivos principalmente nos solos de granulometria arenosa e que, teoricamente, a reposição e manutenção de níveis de matéria orgânica no solo apresentam-se como fundamentais para evitar este quadro com potencial de levar a desestabilização da paisagem caso não seja ao menos mantida a vegetação espontânea.
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