Visíveis quando conveniente: o discurso jornalístico local sobre os povos indígenas no RS
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Data
2023-07-06Autor
Sebastiany, Edyson Waghetti
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Nesta pesquisa, colocamos em análise a formulação do discurso jornalístico sobre as questões indígenas no interior do Rio Grande do Sul. Para isso, ancoramo-nos nos pressupostos teórico-metodológicos da Análise de Discurso com a finalidade estudar de que forma os jornais locais, por meio de seus portais online, contribuem para sustentar e institucionalizar determinados efeitos de sentido sobre os Povos Kaingangs. Tendo em vista que no ano de 2017 foram tramitados diversos projetos de lei que pretendiam organizar o espaço social e configuraram ameaça aos direitos dos povos indígenas, dentre estes destacamos a tese do Marco Temporal, objetivamos compreender quais os sentidos produzidos por dois veículos de comunicação no interior do Rio Grande do Sul acerca dos povos Kaingangs da microrregião do Médio Alto Uruguai, onde estão localizadas a UFSM campus Frederico Westphalen e as Terras Indígenas Guarita, Iraí, Nonoai/Rio da Várzea e Votouro/Kandoia, três objetivos específicos foram elencados: a) Compreender o papel da visibilidade midiática na construção da memória discursiva sobre os povos originários; b) Explorar a construção do Lead como uma das possíveis condições de produção do discurso jornalístico; c) Problematizar a formulação de quatro notícias, publicadas no ano de 2017, selecionadas de dois portais jornalísticos locais, próximos da Terra Indígena do Guarita, a maior do estado. Para isso, selecionamos onze Sequencias Discursivas onde lançamos a análise sobre a técnica do Lead. Observamos que essa técnica é uma das condições de produção do discurso jornalístico em sentido estrito, visando definir o que deve e não deve constar no início de uma notícia e que as perguntas mais enfatizadas foram "O quê", "Onde" e o "Quem", enquanto "Por quê", "Como" e "Quando" foram mais silenciadas. Essa ênfase no "O quê" e no "Onde" direciona o foco do debate público para o bloqueio do trânsito na rodovia federal, em vez de abordar mais profundamente o motivo dos protestos. Assim, essa análise abre espaço para discutirmos um jornalismo formulado a partir de outras formações discursivas, que deem maior visibilidade ao "Por quê" e possam articular melhor as questões indígenas no debate público.
Coleções
- TCC Jornalismo [92]
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