O problema do armário em teorias ontológicas sociais: a objeção de Andler à Tteoria Conferencista de Ásta
Resumo
Na filosofia analítica contemporânea, mais exatamente na metafísica feminista, questões
sobre a definição e fundação de categorias sociais são alvo de debate. Nessa subárea,
formou-se um debate dividido entre teorias de posição social e teorias baseadas em
identidade. Teorias de posição social entendem categorias sociais por meio de limitações e
liberdades que, por meio de determinada categoria são atreladas a um indivíduo. Por outro
lado, teorias baseadas em identidade focam em experiências inerentes ao sujeito para
responder essa questão. O presente trabalho centra-se em uma crítica realizada à teoria de
posição social desenvolvida por Ásta. A crítica consiste em apontar uma incapacidade na
categorização de identidades sexuais queer de indivíduos no armário, o que implica na sua
exclusão sistemática de espaços queer. Na teoria de Ásta, categorias sociais são concebidas
como sendo variáveis de acordo com o contexto onde a conferência delas ocorre. Assim, S
tem a categoria G ao ser tomado por S1 como tendo as propriedades base necessárias para a
conferência de G. De acordo com Andler, esse modo de conceber categorias sociais leva a
exclusão de pessoas com identidade sexual queer, pois pressupõe que o indivíduo apresente
determinada orientação sexual para a conferência de determinada identidade sexual. Ao que
parece, a teoria de Ásta não postula a relação entre orientação sexual e identidade sexual
como sendo parte inerente do processo de conferência. Assim, a crítica de Andler mostra-se
improcedente.
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