O protagonismo feminino vitoriano na ficção detetivesca
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Data
2023-03-28Primeiro membro da banca
Felippe, Renata Farias de
Segundo membro da banca
Botoso, Altamir
Metadata
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O desenvolvimento político e econômico ocorrido na sociedade inglesa do século
dezenove propiciou um maior interesse pela literatura, que progredindo em larga
escala durante esse período, tornou possível o florescimento do gênero literário
chamado romance, em especial, do subgênero chamado ficção policial. Desse
modo, este trabalho tem por objetivo analisar a caracterização das protagonistas das
narrativas policiais The Female Detective (1864), do escritor Andrew Forrester, e
Revelations of a Lady Detective (1864), de William Stephens Hayward, a fim de
identificar as inconsistências em sua configuração. À luz dos estudos da crítica
feminista, ora concordando, ora discordando parcial ou totalmente, este trabalho
demonstra a relevância da discussão em torno da figura da detetive feminina
vitoriana, a fim de compreender o conflito comportamental gerado por estar em
desacordo com as regras sociais relativas às mulheres, em especial, o “culto da
domesticidade feminina", ou seja, a ideia de que a esfera feminina estava limitada ao
espaço doméstico. Uma vez que o objetivo dos autores abordados neste estudo
consiste em focar nas habilidades profissionais das suas protagonistas, verificamos
uma tendência de encobrir a subjetividade das personagens enquanto seres
femininos. No entanto, percebemos que as protagonistas constroem suas
identidades evidenciando marcadores de feminilidade, que não são aqueles
estipulados pelas regras sociais vitorianas. Baseado nos pressupostos de que as
personagens representam pessoas reais no universo ficcional, compreendemos que
o leitor assimila os discursos produzidos a respeito das mulheres e como verdade as
expectativas sociais geradas em torno delas. Desse modo, evidencia-se a
importância da crítica literária feminista, a qual estimula o leitor a uma revisão das
suas expectativas habituais. Teóricos basilares serão revisitados a fim de
fundamentar as discussões, tais como Tzvetan Todorov (2006), Jonathan Culler
(1999), Terry Eagleton (2006), entre outros.
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